Mais um time da Premier League investe em NFTs

Mais um time da Premier League investe em NFTs conforme noticiado pelo The Athletic. O inglês Southampton F.C. anunciou que irá lançar três NFTs como celebração dos seus kits “Bold and Brave” (2022/2023), as novas camisetas oficiais do time. De acordo com o Southampton, o fato de serem apenas três tokens “torna cada um deles um item verdadeiramente colecionável para colecionadores de camisetas de futebol”. 

Os tokens não fungíveis estão disponíveis na OpenSea, a maior plataforma de negociação de NFTs do mundo .Você pode adquiri-los participando de um leilão e os lances devem ser feitos usando criptomoedas. As negociações começaram na quinta-feira (29) e continuam até metade de agosto. Os usuários que conseguirem adquirir os tokens também ganharão a nova camiseta do time. 

O clube declarou que os NFTs “foram criados para mostrar digitalmente o desenho e o design original de cada kit, que são mais ousados e corajosos do que jamais se viu antes”. O time ainda enfatizou que os tokens são itens para colecionar, que não devem ser vistos como uma fonte de investimento. Porém, a plataforma OpenSea até incentiva a troca e a negociação dos ativos digitais. 

A maioria dos times que entrou no mundo dos NFTs os desenvolveu em parceria com alguma empresa do setor. No entanto, o Southampton não mencionou nenhuma em sua divulgação.

Mesmo com o setor de NFTs e criptomoedas se tornando cada vez mais conhecido, muitas pessoas ainda não conhecem ou não adquirem os produtos digitais. Sarah Batters, diretora de marketing e de parcerias do clube inglês se mostrou consciente dessa limitação. “Mesmo compreendendo que nem todo mundo está pronto para mergulhar no mundo dos NFTs, nós queremos ser ousados e dar aos nossos fãs a escolha de explorar essa empolgante nova área”, explicou Batters.

Mas não é a primeira vez que o Southampton se aventura no mundo da Web3. No ano passado, a Sportsbet.io, plataforma de apostas esportivas online, doou duas Bitcoins para o Fundo Crypto para Fãs. Quatro meses depois, o time também lançou uma competição em que os fãs precisavam encontrar Bitcoins escondidas em QR codes pela cidade, mídias sociais e em desafios inspirados na tecnologia de blockchain. 

A crise dos NFTs

Embora o mercado dos NFTs e das criptomoedas continue recebendo muitas iniciativas e investimentos, os valores caíram nos últimos meses. Um exemplo são as próprias Bitcoins oferecidas pelo time na competição, que caíram quase metade do preço desde fevereiro deste ano. 

O site The Athletic investigou como os times da Premier League foram afetados por essa baixa no mercado. Em todos os casos, quem comprou os tokens dos times esperando revendê-los por um preço mais alto se decepcionou. Um representante da Socios, plataforma parceira de vários clubes da liga, ressaltou que os tokens não devem ser um investimento econômico. “O propósito dos tokens é dar aos fãs novas formas de se engajarem com seus clubes, de se entreterem e ganharem recompensas que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar”, explicou o representante ao site The Athletic. 

Apenas esta semana, dois grandes atletas anunciaram coleções em NFTs. Cristiano Ronaldo fechou uma parceria com a Binance e o jogador da seleção brasileira, Richarlison, já lançou os cards criados pela International Digital Group (IDG).

No Brasil, essas iniciativas são vistas como uma possível solução para times de futebol em crise por causa da pandemia e da diminuição de tempo na televisão. 

Famoso skatista brasileiro lança o CriptoCria

Bob Burnquist, famoso skatista brasileiro, lança o CriptoCria, projeto social para ensinar jovens de comunidades carentes sobre criptomoedas, blockchain e tokens não fungíveis, os NFTs. As plataformas ShapeShift, Giveth e Impact contribuíram para o desenvolvimento do projeto. 

O objetivo do CriptoCria é ensinar sobre essas novas tecnologias da Web3 para ajudar os jovens no mercado de trabalho. Burnquist deu uma entrevista ao Valor Econômico em que falou sobre o projeto: “a tecnologia toma conta das coisas, então é importante direcionar para algo que permita que a pessoa leve recursos para a comunidade”.

Este não é o primeiro projeto social do skatista. Em 2020, o atleta criou o Instituto Skate Cuida na Ilha de Gigoia, Rio de Janeiro, com o apoio do Banco BV. De acordo com o site oficial da instituição, ela promover ações em torno do universo do skate com viés colaborativo e integrado com as áreas da Saúde, Educação e Ciência.” Durante a pandemia da Covid-19, o Skate Cuida também arrecadou cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade social. 

Como surgiu o CriptoCria

Em matéria publicada no Valor Econômico, Burnquist contou que a ideia do programa começou em 2017, quando seus amigos californianos o convenceram a comprar uma criptomoeda. Posteriormente ele vendeu as Bitcoins por dez vezes o valor que tinha comprado. 

Assim surgiu o interesse do atleta no universo da Web3 e ele se tornou um investidor e um criador na área. Em outubro do ano passado, ele lançou a coleção de NFTs “Burnquist Gold” baseado no blockchain da Tezos (XTZ). Os tokens eram inspirados na proporção áurea, conhecida como proporção divina na matemática. Os 1.618 itens estavam disponíveis no marketplace brasileiro Hic et Nun com o preço inicial de 1,618 XTZ (63,52 reais).

Bob Burnquist também se tornou embaixador do PowerJags, uma coleção de NFTs em forma de criptoartes inspiradas pelas onças pintadas. O objetivo do projeto é ajudar a preservar o animal, então 40% dos lucros do projeto seriam revertidos para a ONG AMPARA SILVESTRE. 

O skatista ainda está participando do NFT.Rio, evento no Parque Lage Rio de Janeiro do dia 29 de junho a 3 de julho. Este é o primeiro evento internacional dedicado inteiramente a tokens não fungíveis, NFTs, no Brasil. Na quinta-feira (dia 30), Burnquist estava no painel “A próxima jogada: esportes e NFTs”. A discussão também conta com o diretor de desenvolvimento de negócios da plataforma Socios no Brasil, Felipe Ribbe e com Felipe Baracchini, do Surf Junkie Club, projeto que mistura NFTs e experiências para os fãs. 

O esporte na Web3

Mesmo com a desaceleração do mercado das criptomoedas e dos NFTs, os projetos não param de chegar, principalmente no mundo do esporte. Cada vez mais times e atletas investem no universo da Web3 como uma forma de integrar e interagir com os fãs. 

Nas últimas semanas, os jogadores de futebol, Cristiano Ronaldo e Richarlison, anunciaram que irão lançar coleções de NFTs celebrando momentos de suas carreiras. Outros nomes importantes envolvidos na área são o jogador de basquete Michael Jordan, a tenista Serena Williams e o brasileiro Neymar Jr. 

Como a crise das criptomoedas impactou times da Premier League

O site The Athletic investigou como a crise das criptomoedas impactou times da Premier League.

O crescimento do mercado das criptomoedas e dos tokens não fungíveis, os NFTs, nos últimos anos abriu muitas possibilidades para empresas explorarem o mundo digital. Nos esportes, esta relação é ainda mais forte, com vários times criando moedas digitais próprias ou plataformas para torcedores compartilharem seus NFTs.

A tendência já chegou no Brasil, inclusive. Por exemplo, o Atlético Mineiro tem a GaloCoin e o Fortaleza tem a LeãoCoin. 

Porém, este mercado passa por um momento de instabilidade no momento. Um exemplo é a Bitcoin, que vem caindo desde o início de maio. Pensando nisso, o site The Athletic investigou a relação entre criptomoedas e os times da Premier League, liga de futebol do Reino Unido, de novembro de 2021 até maio de 2022. 

Seis times da liga têm uma parceria com a plataforma Socios, onde os fãs podem negociar, comprar e vender Fan Tokens. O Manchester City, primeiro time a assinar com a plataforma Socios, teve o maior pico entre os times da Premier League, alcançando 30 dólares no ano passado, mas também teve uma queda em seu valor nos últimos meses. 

Sobre a desvalorização das criptomoedas e, por consequência, dos NFTs, um representante da plataforma Socios disse ao The Athletic que esses tokens não são vendidos como um investimento rentável, já que “o propósito dos tokens é dar aos fãs novas formas de se engajarem com seus clubes, de se entreterem e ganharem recompensas que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar.” 

Um representante do Arsenal, um dos times que possui a parceria com a Socios, também ressaltou que a plataforma não deve ser um investimento financeiro, mas uma forma de interação entre fãs do clube. Porém, ainda que a intenção dos clubes não seja esta, muitas pessoas que compraram os tokens o fizeram esperando um retorno financeiro que não virá, pois, sem exceção, todos estes projetos caíram de preço.

Outro clube parceiro da Socios, o Crystal Palace, é um caso curioso, já que seus tokens não estão disponíveis para compra, no entanto, um representante da plataforma disse que o projeto ainda está de pé. 

Alguns clubes oferecem produtos abertamente arriscados para se investir. O site de eToro, uma plataforma que tem parceria com o time inglês Newcastle United, já avisa que “o seu capital está em risco”. A legislação do Reino Unido, assim como do mundo inteiro, ainda não consegue regulamentar de forma completa este novo mercado, então plataformas como a eToro trabalham em um tipo de “limbo” da lei. Aliás, mais de um time possui parcerias com empresas que não podem atuar dentro do Reino Unido, como o Southampton com o cassino online Sportsbet.

Em todos os times analisados, quem procurou investir nos times já perdeu a maior parte do dinheiro dos últimos dois anos. No entanto, as criptomoedas e os NFTs não parecem estar indo a lugar algum. No Brasil, este mercado é visto como uma possível salvação para os times de futebol em crise devido à pandemia e à diminuição do espaço na televisão e vários times já possuem a sua moeda digital.