Polônia propõe lei que proíbe o aborto

Milhares de pessoas tomaram as ruas de Varsóvia, na Polônia, esta semana, para protestar contra uma nova proposta de lei a favor da proibição do aborto. A multidão se reuniu em frente ao Parlamento da capital polonesa para contestar as autoridades sobre os planos de criminalizar as tentativas de interromper a gravidez. De acordo com o jornal britânico The Guardian, a proposta de alterar a constituição do país se deve à pressão de bispos católicos. Atualmente, a Polônia permite o aborto no início da gravidez apenas nos casos de ameaça à vida e à saúde mãe, se o bebê corre algum risco, ou se gravidez é resultado de estupro.

Poloneses não estão nada felizes com a intenção do governo, de proibir o aborto.

“A posição dos católicos sobre o assunto é bastante clara e imutável”, afirmaram os bispos em uma carta aberta, divulgada recentemente. “É preciso proteger a vida de cada pessoa, desde a concepção até a morte dela. Pedimos às autoridades para mudar a legislação respeitando esses valores”.

O líder do partido do atual governo da Polônia, Jarostaw Kaczyński, se manifestou publicamente a favor da premissa católica, acrescentando que estava “convencido de que a grande maioria da bancada iria apoiar a nova proposta”.

Contudo, a maioria dos cidadãos poloneses não está nada feliz com isso. “Mesmo as leis de aborto do Irã são mais liberais do que esta proposta”, disse Marta Nowak, uma das militantes presentes nos protestos, em entrevista ao The Guardian. “É por isso que devemos protestar”.

Além da população polonesa, outras entidades europeias também se manifestaram contra o governo da Polônia. “Uma mulher que faz aborto não é uma criminosa”, ressaltou Patrick Corrigan, diretor da Anistia Internacional da Irlanda do Norte. “A lei não deve tratá-la como tal”.

 

Foto: Reprodução/Facebook

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