Recentemente, Dilma Roussef e Barack Obama anunciaram a facilitação da entrada de brasileiros nos Estados Unidos. Longe de uma possível dispensa do visto americano para viajar ao país, o acordo estabelece a entrada do Brasil no programa “Global Entry”. Com ele, brasileiros que viajam de forma frequente aos Estados Unidos podem passar pela alfândega sem enfrentar filas.
A medida é o início de uma política mais livre de trânsito de cidadãos entre os dois países e promete ser um primeiro passo para que o visto não seja mais exigido. Até lá o “Global Entry” facilitará a vida de muitos brasileiros, mas o programa não dispensa a solicitação do visto do viajante e exige o pagamento de uma taxa de adesão de 100 dólares por cinco anos. Ao chegar nos Estados Unidos, ao invés de aguardar a entrevista pessoal com funcionários da imigração, pode apresentar o documento em quiosques automáticos.
Viajantes cadastrados no “Global Entry” não precisam enfrentar filas e entrevistas com funcionários da imigração. (Imagem: cbp.gov)
O pagamento da taxa, que não é devolvida caso o cidadão não seja aceito no programa, não é o único requisito para participar do “Global Entry”. O viajante deve se candidatar preenchendo um formulário e respeitar os requisitos informados pela embaixada americana que envolvem, principalmente, um passado limpo com relação a crimes e investigações. Ao ser aceito no “Global Entry”, é possível ficar nos Estados Unidos por até seis meses assim como os vistos emitidos sem o benefício.
Quem o “Global Entry” beneficia
Derivado de um antigo programa que facilitava a entrada de europeus e canadenses nos Estados Unidos, o “Global Entry” começou a ser expandido em 2009, para a Holanda. Atualmente cidadãos da Alemanhã, Panamá, Coreia do Sul e México também podem se candidatar ao benefício.
A negociação da entrada do Brasil ao programa acontece, pelo menos, desde 2012. A previsão é que, com o novo anúncio, o Brasil entre no programa já no primeiro semestre de 2016 facilitando a vida de muitos brasileiros que viajam constantemente aos Estados Unidos, principalmente com fins comerciais.
O benefício, porém, não é única e exclusivamente dos países que são autorizados no programa. O interesse existe também para o lado americano, já que a autorização aumentaria a contribuição brasileira na economia americana. Somente em 2014, mais de 2.3 milhões de brasileiros visitaram os Estados Unidos, incentivando o consumo e gerando 13,1 bilhões de dólares em gastos com as viagens.
Antes de viajar, prepare-se
Enquanto o “Global Entry” não é oficialmente lançado para os brasileiros, dá para ir se planejando para aderir ao programa. Uma das primeiras exigências é, caso ainda não tenha, solicitar o visto americano. Se sua intenção não é ir para os Estados Unidos, é bom lembrar que o visto, assim como outros documentos, também pode ser solicitado em outros países.