Quando a Crise das Criptomoedas chegará ao fim? Especialistas respondem

Desde meados de 2022, o mercado de Criptomoedas não é o mesmo que teve um boom em 2020 e 2021, que chegou a mudar vidas e criar verdadeiros impérios. O motivo de tal queda e mudança de patamar é o chamado Inverno Cripto, que como indica o nome, chegou para congelar um dos mercados mais lucrativos do mundo.

No entanto, após mais de um ano de preocupação e crise, o cenário enfim parece estar caminhando para o otimismo, o que faz levantar a questão de que se o Inverno Cripto já chegou ao seu fim.

Apesar do cenário positivo que se forma em torno do mercado de grandes Criptomoedas, como o Bitcoin por exemplo, é difícil cravar que o inverno cripto acabou de fato e que estamos no início de um novo ciclo de alta.

De acordo com especialistas, a recuperação considerável deste início de ano foi muito por causa do cenário macro, que, se voltar a piorar, pode trazer mais quedas para o mercado Cripto.

Ou seja, ainda não tem tempo o suficiente para sustentar a hipótese que o Inverno chegou ao fim ou não.

Em entrevista à rede de notícias “Portal do Bitcoin”, o especialista no assunto Rony Szuster, afirmou que tal narrativa de fim do Inverno Cripto deve se consolidar somente no ano que vem, com a aproximação tanto do halving do bitcoin como a entrega de atualizações importantes em projetos como Ethereum.

O que fazer para o Inverno Cripto chegar ao fim

Assim como prever quando o Inverno Cripto irá acabar é difícil, descobrir um jeito de parar o mesmo também não é fácil.

Obviamente a um bom tempo os grandes chefes de corporações tentam encontrar essa resposta, até mesmo para prever uma nova onda de investimentos. Porém, algumas teorias voltam o assunto.

Uma delas é fomentada pelo gestor de portfólio da Hashdex, João Marco Cunha, que acredita que a volta do crescimento depende de um fator crucial.

“Para o inverno cripto chegar ao fim, é preciso que a conjuntura macro pare de atrapalhar e que os investidores retomem algum nível de apetite ao risco, possibilitando que os preços reflitam os avanços em fundamentos observados desde o ano passado. Por enquanto, o Bitcoin e os demais criptoativos seguem com grandes perdas em relação às máximas registradas em 2021”, declarou João também em entrevista ao portal “Portal do Bitcoin”.

Concluindo, é difícil saber na atual conjuntura quando se deve estocar, comprar ou vender Bitcoins, ETH e etc. Indo da estratégia de mercado de cada um quanto ao assunto no momento.

Mais um grande nome das Criptomoedas é preso em meio a crise

Alex Mashinsky, fundador e ex-CEO da empresa de empréstimo de criptomoedas falida Celsius Network, foi preso na manhã de quinta-feira em meio à investigação das autoridades dos EUA sobre o colapso da empresa, que resultou em perdas para milhares de investidores.

A Bloomberg noticiou a prisão por uma pessoa familiarizada com o assunto, que pediu para não ser identificada porque o caso criminal é privado.

A Securities and Exchange Commission (SEC) dos EUA também entrou com uma ação contra Mashinsky e Celsius na quinta-feira. Em documentos divulgados hoje, os reguladores dos EUA alegam que, de março de 2018 a junho de 2022, Celsius e seu fundador, Alex Mashinsky, “coletaram bilhões de dólares de investidores por meio da oferta e venda fraudulenta e não registrada de títulos de criptomoeda”.

No processo, os reguladores dos EUA buscam impedir Mashinsky de comprar, oferecer ou vender criptomoedas e liberá-los de “qualquer forma de enriquecimento ilícito decorrente de suposta conduta ilegal”. A SEC também exige que os contratados paguem multas civis, que são determinadas pelos tribunais.

Como a Celsius chegou ao fundo do poço

Os reguladores observaram que a Celsius caiu em junho de 2022, quando a empresa interrompeu todos os saques, impedindo os investidores de acessar bilhões de dólares em criptoativos confiáveis na plataforma.

No mês seguinte, em julho de 2022, a Celsius pediu concordata, dizendo que o passivo da empresa excedia seus ativos em quase US$ 1,2 bilhão.

Como a Dirty Bubble Media relatou no Twitter, o processo e a prisão de Alex Mashinsky pela SEC ocorre um ano depois que a empresa, que foi uma das primeiras a descobrir o esquema de fraude da Celsius, pediu concordata.

Além da SEC, Celsius e Alex Mashinsky também estão sujeitos a investigações do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ), da Commodity Futures Trading Commission (CFTC) e da Federal Trade Commission (FTC).

A CEL relata que o Departamento de Justiça acusou o diretor de receita de Mashinsky e Celsius, Ronnie Cohen-Pavon, de “desenvolver um plano de um ano para enganar os clientes” sobre o valor de mercado e os lucros do token nativo da empresa. A acusação alega que Mashinsky fez declarações públicas “falsas e enganosas” sobre suas vendas da CEL.

O processo da CFTC acusa a Celsius e seus funcionários de “fraudar centenas de milhares de clientes, deturpando a segurança e a lucratividade de sua plataforma financeira baseada em ativos digitais”.

Crise das criptomoedas é sentida por times do Brasileirão

Os Fan Tokens chegaram no Brasil gerando bastante expectativa pelas pessoas que se interessam pelo assunto, assim como por clubes e torcedores. Mas faz um tempo que o cripto ativo utilitário está ficando bem desvalorizado, juntando com a crise das criptomoedas que está atingindo todo o mercado, grandes times do Brasileirão estão sendo bastante afetados.

Com essa crise no mercado de criptomoedas, vários investidores e aqueles que queriam entrar para esse mundo de investimentos se viram na obrigação de se afastar, para não serem muito prejudicados. Com isso, o ramo dos esportes com certeza também pode ser afetado, uma vez que o mercado dos esportes e dos cripto investimentos estão cada vez mais conectados.

Os tokens dos times Flamengo, Corinthians e Santos, por exemplo, estão valendo apenas um terço do que custavam anteriormente em seu lançamento, tudo isso por causa da queda das moedas e do afastamento de investidores antigos e também de investidores mais novos.

O time Santos está sofrendo bastante com a queda das moedas, o seu criptoativo que antes custava 10 dólares, uns 50 reais, agora está custando 3 dólares, equivalente a 15 reais, uma queda de 70% no valor do criptoativo, o que é bem triste de ver já que o time teve um dos melhores lançamentos no Brasil de Fan Token.

Apesar disso, a situação do Santos não é tão ruim comparada a outros clubes, como o Flamengo, que está a bastante tempo investindo em Fan Tokens, ficando apenas atrás do Atlético Mineiro, foi um dos pioneiros em trazer os Fan Tokens para o Brasil.

A moeda do Flamengo gerou bastante lucro para o clube, no valor de mais de 100 milhões de reais, no seu pico, estava custando cerca de 3,56 dólares, o que é aproximadamente 17 reais, mas atualmente, está custando 0,24 cents, equivalente a 1 real e 20 centavos, uma queda impressionante, uma vez que a moeda do time foi a mais vendida do Brasil.

O Corinthians passou uma uma situação semelhante ao do Flamengo, a sua moeda estreou com um pico de 3,51 dólares e agora está custando 0,32 cents, cerca de 1 real e cinquenta centavos.

Uma coisa que todas essas moedas têm em comum é a exchange que as produziu, a empresa Socios.com, mas claro, com exceção do time Santos que é produzida pela Binance.

Ela que foi a primeira exchange a investir no Brasil e atualmente é a principal fonte de Fan Tokens no mundo todo, sendo patrocinadora de grandes times no Brasil e na Europa, pode estar passando por situações difíceis.

A Socios.com foi procurada pelo site GE para falar sobre o futuro do Fan Token diante do mercado de criptoativos que está em queda, a exchange afirmou que apesar do momento, a empresa irá continuar investindo na área que apresenta um crescimento apesar de tudo o que está acontecendo.

Em um comunicado, a Socios.com disse: “Fan Tokens são tokens de utilidade, seu valor está ligado às múltiplas oportunidades que eles oferecem para os torcedores se conectarem e se engajarem com seus times, não ao seu preço de mercado. E esse valor aumentou nos últimos meses, continuamos a adicionar novos benefícios, recompensas e experiências à nossa oferta, graças à colaboração inestimável de nossos mais de 150 parceiros, que compartilham nossa visão de longo prazo na utilização de Fan Tokens para melhorar a experiência de seus fãs. A Socios.com não é uma empresa de criptomoedas que usa esportes como plataforma para comercializar sua marca, mas uma plataforma de engajamento de fãs esportivos que usa a tecnologia blockchain para conectar equipes e marcas aos seus fãs. Essa é e continuará sendo nossa missão como empresa, independentemente da conjuntura.”

Como a crise das criptomoedas impactou times da Premier League

O site The Athletic investigou como a crise das criptomoedas impactou times da Premier League.

O crescimento do mercado das criptomoedas e dos tokens não fungíveis, os NFTs, nos últimos anos abriu muitas possibilidades para empresas explorarem o mundo digital. Nos esportes, esta relação é ainda mais forte, com vários times criando moedas digitais próprias ou plataformas para torcedores compartilharem seus NFTs.

A tendência já chegou no Brasil, inclusive. Por exemplo, o Atlético Mineiro tem a GaloCoin e o Fortaleza tem a LeãoCoin. 

Porém, este mercado passa por um momento de instabilidade no momento. Um exemplo é a Bitcoin, que vem caindo desde o início de maio. Pensando nisso, o site The Athletic investigou a relação entre criptomoedas e os times da Premier League, liga de futebol do Reino Unido, de novembro de 2021 até maio de 2022. 

Seis times da liga têm uma parceria com a plataforma Socios, onde os fãs podem negociar, comprar e vender Fan Tokens. O Manchester City, primeiro time a assinar com a plataforma Socios, teve o maior pico entre os times da Premier League, alcançando 30 dólares no ano passado, mas também teve uma queda em seu valor nos últimos meses. 

Sobre a desvalorização das criptomoedas e, por consequência, dos NFTs, um representante da plataforma Socios disse ao The Athletic que esses tokens não são vendidos como um investimento rentável, já que “o propósito dos tokens é dar aos fãs novas formas de se engajarem com seus clubes, de se entreterem e ganharem recompensas que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar.” 

Um representante do Arsenal, um dos times que possui a parceria com a Socios, também ressaltou que a plataforma não deve ser um investimento financeiro, mas uma forma de interação entre fãs do clube. Porém, ainda que a intenção dos clubes não seja esta, muitas pessoas que compraram os tokens o fizeram esperando um retorno financeiro que não virá, pois, sem exceção, todos estes projetos caíram de preço.

Outro clube parceiro da Socios, o Crystal Palace, é um caso curioso, já que seus tokens não estão disponíveis para compra, no entanto, um representante da plataforma disse que o projeto ainda está de pé. 

Alguns clubes oferecem produtos abertamente arriscados para se investir. O site de eToro, uma plataforma que tem parceria com o time inglês Newcastle United, já avisa que “o seu capital está em risco”. A legislação do Reino Unido, assim como do mundo inteiro, ainda não consegue regulamentar de forma completa este novo mercado, então plataformas como a eToro trabalham em um tipo de “limbo” da lei. Aliás, mais de um time possui parcerias com empresas que não podem atuar dentro do Reino Unido, como o Southampton com o cassino online Sportsbet.

Em todos os times analisados, quem procurou investir nos times já perdeu a maior parte do dinheiro dos últimos dois anos. No entanto, as criptomoedas e os NFTs não parecem estar indo a lugar algum. No Brasil, este mercado é visto como uma possível salvação para os times de futebol em crise devido à pandemia e à diminuição do espaço na televisão e vários times já possuem a sua moeda digital.