Como a crise das criptomoedas impactou times da Premier League
O site The Athletic investigou como a crise das criptomoedas impactou times da Premier League.
O crescimento do mercado das criptomoedas e dos tokens não fungíveis, os NFTs, nos últimos anos abriu muitas possibilidades para empresas explorarem o mundo digital. Nos esportes, esta relação é ainda mais forte, com vários times criando moedas digitais próprias ou plataformas para torcedores compartilharem seus NFTs.
A tendência já chegou no Brasil, inclusive. Por exemplo, o Atlético Mineiro tem a GaloCoin e o Fortaleza tem a LeãoCoin.
Porém, este mercado passa por um momento de instabilidade no momento. Um exemplo é a Bitcoin, que vem caindo desde o início de maio. Pensando nisso, o site The Athletic investigou a relação entre criptomoedas e os times da Premier League, liga de futebol do Reino Unido, de novembro de 2021 até maio de 2022.
Seis times da liga têm uma parceria com a plataforma Socios, onde os fãs podem negociar, comprar e vender Fan Tokens. O Manchester City, primeiro time a assinar com a plataforma Socios, teve o maior pico entre os times da Premier League, alcançando 30 dólares no ano passado, mas também teve uma queda em seu valor nos últimos meses.
Sobre a desvalorização das criptomoedas e, por consequência, dos NFTs, um representante da plataforma Socios disse ao The Athletic que esses tokens não são vendidos como um investimento rentável, já que “o propósito dos tokens é dar aos fãs novas formas de se engajarem com seus clubes, de se entreterem e ganharem recompensas que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar.”
Um representante do Arsenal, um dos times que possui a parceria com a Socios, também ressaltou que a plataforma não deve ser um investimento financeiro, mas uma forma de interação entre fãs do clube. Porém, ainda que a intenção dos clubes não seja esta, muitas pessoas que compraram os tokens o fizeram esperando um retorno financeiro que não virá, pois, sem exceção, todos estes projetos caíram de preço.
Outro clube parceiro da Socios, o Crystal Palace, é um caso curioso, já que seus tokens não estão disponíveis para compra, no entanto, um representante da plataforma disse que o projeto ainda está de pé.
Alguns clubes oferecem produtos abertamente arriscados para se investir. O site de eToro, uma plataforma que tem parceria com o time inglês Newcastle United, já avisa que “o seu capital está em risco”. A legislação do Reino Unido, assim como do mundo inteiro, ainda não consegue regulamentar de forma completa este novo mercado, então plataformas como a eToro trabalham em um tipo de “limbo” da lei. Aliás, mais de um time possui parcerias com empresas que não podem atuar dentro do Reino Unido, como o Southampton com o cassino online Sportsbet.
Em todos os times analisados, quem procurou investir nos times já perdeu a maior parte do dinheiro dos últimos dois anos. No entanto, as criptomoedas e os NFTs não parecem estar indo a lugar algum. No Brasil, este mercado é visto como uma possível salvação para os times de futebol em crise devido à pandemia e à diminuição do espaço na televisão e vários times já possuem a sua moeda digital.