Review: "Broken Age"
Dizer que os adventures voltaram a ser relevantes nos últimos anos seria chover no molhado.
Com os ótimos títulos da Telltale Games e do inovador trabalho que a Dontnod fez em seu “Life is Strange”, uma nova geração está descobrindo os prazeres que a turma viciada em computadores nas décadas de 1980 e 90 deve lembrar bem: a diversão de curtir aventuras interativas muito bem escritas.
Tim Schafer, um dos maiores nomes do gênero adventure, fez um enorme sucesso enquanto trabalhava na LucasArts. Escrevendo e dirigindo jogos para a companhia, esse mago dos games nos trouxe pérolas como “Full Throttle”, “Day of the Tentacle” e até mesmo o recentemente – e magistralmente – remasterizado “Grim Fandango”.
Se você curte o trabalho do cara, basta saber que “Broken Age” é tão bom quanto seus trabalhos clássicos para justificar a compra do game. Serinho, pode ir lá comprar, não tem erro não, larga esse texto e vai ser feliz!
Agora, se você não está familiarizado com o carisma, humor e bons puzzles característicos de Schafer… bom, não há melhor porta de entrada para o mundo de uma das mentes mais ousadas e divertidas dos games!
Um conto de duas cidades
Se os adventures costumam ser lembrados por suas boas histórias, o que dizer de “Broken Age”, que conta com nada menos que duas tramas rolando em paralelo o tempo inteiro?
Uma engenhosa mecânica permite que você alterne instantaneamente o controle entre Vella Shartine e Shay Volta, dois humanos que parecem estar em tempos e lugares bem distintos.
A família de Vella está em festa porque finalmente chegou o dia em que a mocinha será oferecida como sacrifício a um monstro gigante num famoso ritual local (vai entender), enquanto Shay sofre no espaço pelas mãos de uma nave bem super protetora (imagine uma nave-MÃE no sentido mais literal) que o obriga a repetir a mesma rotina diariamente.
A premissa é intrigante logo de cara, mas basta jogar algumas horas para começar a perceber algumas nuances bem interessantes no roteiro, que acaba servindo como uma boa metáfora para o envelhecimento e as relações humanas.
Uma aventura fantástica
Em tempos de Pitty e Roger, é um deleite poder curtir um game tão bem dublado por gente com Elijah Wood, Jack Black e, quem diria, até mesmo por Pendleton Ward, o criador de “Hora de Aventura”.
Seus gráficos incríveis tornam o jogo um verdadeiro deleite, criando uma atmosfera que parece remeter a um livro infantil interativo feito pela Pixar (se é que dá pra conceber algo assim.), sendo o perfeito complemento para o roteiro hilário, que nunca deixa a peteca cair.
A única reclamação que podemos fazer é pela ausência de legendas ou vozes em português, o que impede os jogadores fluentes em inglês, espanhol ou alemão de curtirem uma das tramas mais instigantes e divertidas de todos os tempos.
Ainda assim, um título obrigatório para qualquer um que curte boas narrativas em videogames.
Plataforma: PlayStation 4, PC, Ouya, Mobile
Produção: Doublefine Productions
Desenvolvimento: Doublefine Productions
Gráficos: 10
Som: 10
Jogabilidade: 10
Diversão: 10
Replay: 7
NOTA FINAL: 9.5
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