Artista cobre prédio de Berlim com coletes de refugiados

O artista chinês Ai Weiwei vê de modo crítico a resposta – ou falta de resposta – europeia à atual crise dos refugiados, que têm cruzado o mar para fugir da guerra do Oriente Médio. Como forma de protesto, o ativista revelou uma instalação na Konzerthaus, uma casa de concertos de Berlim, na Alemanha, que contou com 14 mil coletes salva-vidas utilizados pelos refugiados e previamente descartados na ilha grega de Lesbos.

Ai Weiwei explicou que cada colete simboliza uma vida que correu riscos ao desembarcar na ilha de Lesbos, na Grécia (Getty Images).

Os milhares de coletes envolveram as colunas do prédio, onde ocorre tradicionalmente a gala do Festival de Cinema de Berlim. Segundo Weiwei, cada uma das peças representa uma vida individual que corre perigo ao desembarcar em Lesbos, e a obra tem como objetivo “mobilizar a comunidade internacional contra o crime cometido diariamente no mar Egeu pelos traficantes de pessoas”.

Nos últimos meses, Ai Weiwei tem intensificado suas exposições para chamar atenção às políticas europeias, que, de acordo com ele, colocam em risco as vidas das pessoas que tentam chegar ao território. Em janeiro, uma exibição na Dinamarca foi cancelada pelo artista, após o país aprovar uma lei que permitia às autoridades confiscarem bens de refugiados.

A crítica do artista e ativista chinês é contra as políticas dos governos europeus, que colocam em risco a vida dos refugiados (Divulgação/Ai Weiwei).

Atualmente, cerca de 80 mil refugiados vivem na capital alemã, e espera-se que em 2016 a cidade receba mais de 30 mil pessoas. De acordo com estatísticas publicadas pela Organização Internacional para as Migrações (OMI), foram registradas 272 mortes no mar Egeu apenas em janeiro deste ano.

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