Estudo propõe utilizar cana-de-açúcar como energia
Com preocupações crescentes sobre o impacto no ambiente causado por fontes de energia não renováveis, como petróleo ou gás natural, a busca por energia limpa é mais importante do que nunca. Um estudo realizado pela Escola Superior da Agricultura Luiz de Queiroz (USP/ESALQ), em São Paulo, analisou o potencial de utilizar cana-de-açúcar como energia em forma de biomassa, um termo designado para o uso de organismos vivos como combustível.
A pesquisadora responsável foi Natália de Campos Trombeta que, em seu projeto, contribuiu para o planejamento estratégico do setor canavieiro e apontou que a cana-de-açúcar (tanto o bagaço quanto a palha) também poderiam produzir etanol celulósico. A utilização desse tipo de material orgânico como combustível iria ser uma solução para a questão da falta de energia em épocas de baixa chuva, já que a matriz energética atual do Brasil depende fortemente de fontes hídricas.
Segundo Trombeta: “O setor sucroenergético vem se destacando não somente como o fornecedor do biocombustível com maior balanço energético, mas também pelos produtos secundários gerados a partir dos produtos obtidos após a colheita e o processamento da cana-de-açúcar”. Na pesquisa, foi realizado o levantamento de dados das unidades produtoras do material na região Centro-Sul para poder quantificar a oferta de bagaço e palha de cana-de-açúcar, potencial de geração de energia, além de fatores mercadológicos, como preços de energia elétrica e participação dos ambientes diferentes de comercialização. Através dessas informações, foi possível criar uma proposta que maximizasse o lucro do setor canavieiro e a oferta de biomassa em um cenário realístico para o país.
A partir dos dados coletados, foi possível afirmar que uma usina no Brasil tem uma moagem média de 3 milhões de tonelada de cana, que possibilitaria na geração de aproximadamente 1 milhão de toneladas de biomassa provenientes do bagaço e palha, mostrando que é viável utilizar um recurso natural brasileiro como fonte de energia. A pesquisadora afirmou em sua conclusão: “A partir de tais resultados possibilita-se o direcionamento mais assertivo do planejamento estratégico, de investimentos e de políticas públicas para o aumento da sustentabilidade do setor canavieiro”.
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