Pesquisa revela números da corrupção em sala de aula
Bilhões de reais pagos em propina no esquema flagrado pela Lava Jato, presidente da Câmara Eduardo Cunha com milhões de dólares em contas secretas na Suíça… Enquanto na vida pública a percepção da corrupção é grande, o mesmo pode ser dito da população brasileira em geral, especialmente entre os estudantes. Foi essa a conclusão à qual chegou uma pesquisa realizada pelo Centro Universitário Carioca (Unicarioca) sobre o comportamento dos alunos na escola.
O levantamento levou em consideração o relato de 1.100 alunos do Rio de Janeiro-RJ com idades entre 16 e 30 anos, que cursam o Ensino Médio ou a faculdade. As quatro infrações sondadas já foram cometidas por mais de metade deles. O delito mais frequente é a cola em provas: 759 entrevistados (69% do total) admitiram já tê-lo feito. O plágio é um ato proibido, mas amplamente praticado: 748 pessoas (68%) contaram que já copiaram textos da internet para apresentar em trabalhos.
Outras duas ações de corrupção incluídas no estudo mostram que a amizade e o coleguismo, tão característicos da cultura brasileira, podem ser usados em benefício próprio; uma atitude que tanto rejeitamos quando vem dos políticos. Seiscentos e quarenta e nove estudantes já assinaram a lista de presença de uma turma em nome de um colega – situação não muito diferente dos políticos que assinam por outros companheiros no Plenário. Por fim, 638 participantes (58%) já pediram para colocar o próprio nome em um trabalho em grupo do qual eles não fizeram parte.
A pesquisa não tem intenção de ser científica ou acusar o comportamento dos alunos, mas sim de colocar em perspectiva ações tão recriminadas na vida pública. Embora a frequência dos atos não tenha sido indicada, é considerável o fato de que a maioria dos estudantes brasileiros já tenham tido em algum momento da vida escolar essas atitudes de corrupção. É o típico caso em que é fácil apontar o defeito dos outros, porém difícil reconhecer as mesmas irregularidades em nós mesmos.
Imagens: iStock
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