“Sobrenatural”, filme de 2011, fez sucesso ao misturar elementos de “O Exorcista” e “Poltergeist — O Fenômeno”, sem a mesma inspiração, mas com história e personagens que cativaram boa parte do público, o suficiente para ganhar uma continuação. A sequência ficou aquém do original e esta terceira parte, “Sobrenatural — A Origem”, que chega nesta semana ao circuito nacional, fecha a trilogia. O longa, dirigido pelo estreante Leigh Whannell, traz “mais do mesmo” e funciona como um prelúdio para os anteriores. E, se não é assim uma das estreias obrigatórias da temporada, ao menos agrada os fãs da franquia.
Em “Sobrenatural — A Origem”, a jovem Quinn Brenner (Stephanie Scott), aspirante a atriz, sente muito a falta de sua falecida mãe e um dia decide conversar com uma especialista, na tentativa de “falar com o outro lado”. A médium Elise Rainier (Lin Shaye), conhecida dos outros dois capítulos de “Sobrenatural”, tenta contato, porém, desiste ao encontrar um espírito maligno que a impede de continuar com a sessão. Elise recomenda então que Quinn busque ajuda de outra pessoa.
Quinn (Stephanie Scott) busca ajuda pra tentar falar com sua falecida mãe (Reprodução)
As coisas começam a ficar estranhas quando Quinn vê a imagem de uma pessoa acenando para ela em diferentes lugares, e quando isso acontece no meio da rua ela se acidenta gravemente. A garota sofre fraturas e precisa ficar imobilizada em seu quarto, num apartamento onde uma presença maligna passa a atormentá-la.
Tecnicamente, o filme não é ruim e os atores também são convicentes. Stephanie Scott, mesmo aos 18 anos, já é veterana da televisão e participou de filmes como “Detona Ralph” e “Sexo Sem Compromisso”. Ela exibe bem as “fases” que a personagem atravessa durante o filme. Lin Shaye reprisa o papel que, juntamente com os personagens Specs (Leigh Whannell) e Tucker (Angus Sampson), remonta aos longas anteriores e fecha o ciclo da trilogia.
Elise Rainier (Lin Shaye) é a especialista em falar com os mortos (Reprodução)
O que incomoda um pouco é a falta de decisão sobre o que é o filme e a narrativa: o longa flerta com o terror psicológico, fica no meio do horror físico típico dos norte-americanos e até mesmo brinca com as assombrações orientais. Mas, ao final, não consegue ter uma voz própria, entre tantas referências perdidas.
“Sobrenatural — A Origem” tem o mérito de usar o que já deu certo em outras franquias e de se esforçar para mesclar o terror explícito com o “invisível”, com o inexplicável. Contudo, é apenas mais um dos títulos que cumpre os requisitos mínimos do gênero. Nada que vá seduzir novos fãs, mas que pode satisfazer quem fez o caminho até aqui.