Quase 80% dos brasileiros acham aborto “moralmente inaceitável”

Pregnant belly

 

Quando temos a sensação de que a população brasileira está mais liberal e aberta às diferenças, uma pesquisa realizada no mundo inteiro mostra que ainda não é o caso. O Centro de Pesquisa Pew trouxe à tona diversos temas considerados polêmicos para a população de 40 países e perguntou se eles achavam o tópico “moralmente inaceitável”, “moralmente aceitável” ou se não achavam que o assunto fosse uma questão de moral. Quase 80% dos brasileiros encaixaram o aborto na primeira categoria.

O Brasil está no topo da lista de países que condenam o aborto (Reprodução/Pew Center).

O Brasil está no topo da lista de países que condenam o aborto (Reprodução/Pew Center).

A interrupção da gravidez só perde para o caso extraconjugal, abominado por 84% dos entrevistados. Embora 39% da população condene a homossexualidade, há “problemas” ainda mais inaceitáveis para os brasileiros, como os jogos de azar (64% de rejeição), e até mesmo a bebida alcoólica (47% acha inadmissível). O sexo antes do casamento, por incrível que pareça, aparece logo depois com 35% de repúdio. Divórcio (24%) e uso de métodos contraceptivos (8%) vêm na sequência.

Enquanto 84% considera moralmente inaceitável ter um caso, apenas 8% acha o mesmo do uso de métodos contraceptivos (Reprodução/Pew Center).

Enquanto 84% considera moralmente inaceitável ter um caso, apenas 8% acha o mesmo do uso de métodos contraceptivos (Reprodução/Pew Center).

Ao analisar os dados dos outros países, percebemos como o lugar onde a pessoa mora realmente influencia de maneira direta no que é considerado moralmente tolerável ou não. Em Gana, por exemplo, 98% das pessoas consultadas acham que a homossexualidade é incabível. Já na Espanha e na Alemanha, os números caem drasticamente para 6% e 8%. A maioria dos franceses e canadenses – 56% e 57%, respectivamente – não consideram o uso do álcool uma questão moral. Já no Paquistão, só 2% pensam igual, e 94% repudiam a bebida.

Esta imagem é moralmente criticada por 39% dos brasileiros por ser de um casal gay, mas por 47% porque eles estão bebendo (iStock).

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Pesquisa revela números da corrupção em sala de aula

Elementary students ready for school

 

Bilhões de reais pagos em propina no esquema flagrado pela Lava Jato, presidente da Câmara Eduardo Cunha com milhões de dólares em contas secretas na Suíça… Enquanto na vida pública a percepção da corrupção é grande, o mesmo pode ser dito da população brasileira em geral, especialmente entre os estudantes. Foi essa a conclusão à qual chegou uma pesquisa realizada pelo Centro Universitário Carioca (Unicarioca) sobre o comportamento dos alunos na escola.

O levantamento levou em consideração o relato de 1.100 alunos do Rio de Janeiro-RJ com idades entre 16 e 30 anos, que cursam o Ensino Médio ou a faculdade. As quatro infrações sondadas já foram cometidas por mais de metade deles. O delito mais frequente é a cola em provas: 759 entrevistados (69% do total) admitiram já tê-lo feito. O plágio é um ato proibido, mas amplamente praticado: 748 pessoas (68%) contaram que já copiaram textos da internet para apresentar em trabalhos.

Quase um em cada sete estudantes brasileiro já colou na escola.

Outras duas ações de corrupção incluídas no estudo mostram que a amizade e o coleguismo, tão característicos da cultura brasileira, podem ser usados em benefício próprio; uma atitude que tanto rejeitamos quando vem dos políticos. Seiscentos e quarenta e nove estudantes já assinaram a lista de presença de uma turma em nome de um colega – situação não muito diferente dos políticos que assinam por outros companheiros no Plenário. Por fim, 638 participantes (58%) já pediram para colocar o próprio nome em um trabalho em grupo do qual eles não fizeram parte.

Uma forma de corrupção é pedir para colocar o nome em um trabalho de que você não participou.

A pesquisa não tem intenção de ser científica ou acusar o comportamento dos alunos, mas sim de colocar em perspectiva ações tão recriminadas na vida pública. Embora a frequência dos atos não tenha sido indicada, é considerável o fato de que a maioria dos estudantes brasileiros já tenham tido em algum momento da vida escolar essas atitudes de corrupção. É o típico caso em que é fácil apontar o defeito dos outros, porém difícil reconhecer as mesmas irregularidades em nós mesmos.

Imagens: iStock

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Polônia propõe lei que proíbe o aborto

Milhares de pessoas tomaram as ruas de Varsóvia, na Polônia, esta semana, para protestar contra uma nova proposta de lei a favor da proibição do aborto. A multidão se reuniu em frente ao Parlamento da capital polonesa para contestar as autoridades sobre os planos de criminalizar as tentativas de interromper a gravidez. De acordo com o jornal britânico The Guardian, a proposta de alterar a constituição do país se deve à pressão de bispos católicos. Atualmente, a Polônia permite o aborto no início da gravidez apenas nos casos de ameaça à vida e à saúde mãe, se o bebê corre algum risco, ou se gravidez é resultado de estupro.

Poloneses não estão nada felizes com a intenção do governo, de proibir o aborto.

“A posição dos católicos sobre o assunto é bastante clara e imutável”, afirmaram os bispos em uma carta aberta, divulgada recentemente. “É preciso proteger a vida de cada pessoa, desde a concepção até a morte dela. Pedimos às autoridades para mudar a legislação respeitando esses valores”.

O líder do partido do atual governo da Polônia, Jarostaw Kaczyński, se manifestou publicamente a favor da premissa católica, acrescentando que estava “convencido de que a grande maioria da bancada iria apoiar a nova proposta”.

Contudo, a maioria dos cidadãos poloneses não está nada feliz com isso. “Mesmo as leis de aborto do Irã são mais liberais do que esta proposta”, disse Marta Nowak, uma das militantes presentes nos protestos, em entrevista ao The Guardian. “É por isso que devemos protestar”.

Além da população polonesa, outras entidades europeias também se manifestaram contra o governo da Polônia. “Uma mulher que faz aborto não é uma criminosa”, ressaltou Patrick Corrigan, diretor da Anistia Internacional da Irlanda do Norte. “A lei não deve tratá-la como tal”.

 

Foto: Reprodução/Facebook

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Primeiro juiz transexual toma posse no Canadá

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Em meio às dificuldades que a população LGBT enfrenta no dia a dia, o Canadá mostra que uma realidade mais igualitária é possível. O jurista Kael McKenzie, de 44 anos, se tornou a primeira pessoa transexual a tomar posse como juiz não só na província de Manitoba, onde fica a cidade de Winnipeg, como também em todo o Canadá. Os meios de comunicação do país noticiam que este é, provavelmente, um fato inédito no mundo inteiro.

Emocionado na cerimônia de posse, Kael agradeceu o apoio que vem recebendo do público em geral desde que foi nominado em dezembro do ano passado e contou que várias pessoas lhe disseram que ele as ajudou a viver sua verdadeira identidade de gênero.

O agora juiz Kael McKenzie é casado e é pai de dois filhos (Reprodução).

“Eu sou apenas um exemplo de muitos dos meus colegas e pessoas que estão atingindo certos níveis de notoriedade que podem mostrar às pessoas que somos apenas pessoas”, declarou. Para o juiz, a sua conquista tem uma importância especial para os pais de crianças transgêneros, que se preocupam com o futuro delas.

De alguma forma, a minha nomeação ajudou a acalmar alguns desses medos. Esta é uma mensagem de esperança renovada de que seus filhos e suas filhas podem ter um futuro brilhante e própero à frente, independente da identidade de gênero deles.

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ONU está preocupada com aprovação do Estatuto da Família

A Organização das Nações Unidas (ONU) tornou pública sua preocupação com os rumos que o Poder Legislativo do Brasil está tomando em relação à proteção dos direitos humanos. Em um comunicado, o órgão declarou estar acompanhando a tramitação no Congresso Nacional do chamado Estatuto da Família (PL 6583/2013), um projeto de lei que restringe a definição de família a casais heteroafetivos e é um retrocesso quando comparado a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu a favor do casamento gay no país.

ONU quer proteger núcleos familiares homoafetivos, como o casal da foto, que passeia na orla do Rio de Janeiro (iStock).

Em nota, a ONU ressalta a importância em reconhecer arranjos familiares como unipessoal, casal com filhos, casal sem filhos, mulher/homem sem cônjuge e com filhos, casais homoafetivos com ou sem filhos etc, como parte dos esforços para eliminar a discriminação. “Negar a existência destas composições familiares diversas, para além de violar os tratados internacionais, representa uma involução legislativa”, declara.

O documento ainda destaca a mudança pela qual a família brasileira tem passado nos últimos anos: entre 2004 e 2013, a participação na população de famílias formadas por casal heteroafetivo com filhos caiu 13,7% e passou de 50,9% para 43,9%, ao mesmo tempo em que cresceu a presença de outros arranjos familiares. No censo demográfico de 2010, frisa o comunicado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou quase 60 mil famílias homoafetivas vivendo em um mesmo domicílio.

O órgão também destaca as decisões do Legislativo a favor da comunidade LGBT no Brasil (Getty Images).

Como exemplos positivos, a organização elogia o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre duas pessoas do mesmo sexo como “entidade familiar” e a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que proíbe as autoridades de se recusarem a celebrar o casamento civil ou a converter em casamento a união estável entre pessoas do mesmo sexo.

Decisões como estas se alinham à jurisprudência de órgãos de tratados das Nações Unidas, que têm reiterado serem a orientação sexual e a identidade de gênero motivos de discriminação proibidos pelo Direito Internacional.

O PL 6583/2013 foi aprovado no início de outubro por uma comissão especial formada para apreciá-lo na Câmara dos Deputados e deve seguir para o Senado. Os deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Erika Kokay (PT-DF), no entanto, entraram com recursos nesta segunda-feira (26) para suspender a tramitação do projeto de lei que cria o Estatuto da Família e levar o texto para votação no plenário da Câmara.

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Os países onde seios são mais perigosos que armas

 

Não é segredo para ninguém a hipocrisia com que nossa sociedade lida com sexo e violência. Enquanto esta é banalizada na mídia e na cultura pop, aquele é – ironicamente – tratado como se fosse a coisa mais perigosa do mundo. Afinal, tudo bem um filme mostrar uma série de assassinatos, porém ai se uma novela passar um beijo gay… Para ressaltar o duplo padrão dissimulado, a pesquisadora Shreena Patel, gerente do site Clinic Compare, teve uma ideia genial.

A britânica resolveu cruzar os dados relativos à liberdade da mulher em exibir seus seios em um espaço público e à possibilidade de possuir armas de fogo. O resultado foi claro: muitos lugares – inclusive o Brasil – criminalizam mais o peito feminino do que revólveres. No total, 17 países possuem penalidades severas às moças que fazem topless, que dão desde multa até prisão e chicotadas, em países do Oriente Médio.

Em países como Brasil, México, Islândia e Irlanda, mostrar o seio é crime grave o suficiente para te mandar à prisão (Reprodução/Clinic Compare).

Em entrevista ao site Mic, Shreena conta que ficou intrigada com a negatividade que o movimento Free The Nipple (Liberte o Mamilo, em tradução livre) tem sido recebido na internet. “Parece que fazer topless é mais ofensivo do que questões que causam risco de vida”, explica.

Vários países aplicam penalidades severas para mulheres que expõem seus seios na tentativa de mantê-las castas e nossas mentes, não-corrompida. Enquanto seios estão proibidos de serem vistos em público, é aceitável carregar uma arma que pode matar.

Embora seios não matem e armas sim, as crianças são bombardeadas por violência em filmes e séries enquanto o corpo feminino permanece sob intensa censura. De acordo com um estudo da Associação Americana de Psiquiatria, um jovem norte-americano vê mais de 200 mil atos de violência e 16 mil assassinatos na TV até completar 18 anos.

Por outro lado, qualquer vestígio de seio é rapidamente rejeitado. O pôster abaixo do filme “Sin City”, estrelando a atriz Eva Green, foi proibido de ser exibido nos EUA. A razão não teve nada a ver com o revólver que a moça segurava. A Associação Americana de Filmes barrou a imagem alegando nudez por “mostrar a curva inferior dos seios e deixar visível o círculo do mamilo por baixo do fino robe”. Eis outro caso em que seios são mais perigosos do que armas.

O polêmico pôster censurado por “nudez” (Divulgação).

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Mortes por terrorismo aumentaram 80% em 2014

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O relatório anual que mapeia atividades terroristas pelo mundo, organizado pelo Instituto para Economia e Paz, divulgou dados nada animadores relativos ao ano passado. Segundo o levantamento, 32.658 pessoas perderam a vida em 2014 em atentados realizados por terroristas. O número é 80% maior do que o registrado em 2013, quando houve cerca de 18 mil mortes, e nove vezes maior em comparação com o ano 2000. Em 2013, somente cinco países tiveram mais de 500 mortes ligadas ao terrorismo; ano passado, foram 11.

A cidade de Homs, na Síria, é uma das mais afetadas pela guerra no país (iStock).

Embora o assunto seja uma preocupação mundial, principalmente após os ataques deste mês que deixaram 129 mortos em Paris, França, 78% dos assassinatos decorrentes de ações terroristas se concentraram em apenas cinco nações: Afeganistão, Iraque, Nigéria, Paquistão e Síria. Os grupos Boko Hakan, que concentra suas atividades no país africano, e o Estado Islâmico, que age principalmente no Oriente Médio, foram responsáveis por 51% de todas as ocorrências pelo mundo.

Mapa mostra os incidentes de terrorismo em 2014 (Reprodução).

O instituto ainda alerta para a tendência de crescimento da violência: nos últimos 15 anos, houve 61 mil ataques terroristas, que resultaram na morte de mais de 140 mil pessoas. Nos últimos 12 meses, a violência explodiu em países como a Nigéria, onde mais de 7.500 pessoas perderam a vida em 2014, em um aumento de mais de 300% em relação ao ano anterior.

O relatório computou três episódios no Brasil, que ocasionaram duas mortes. No ranking global, o país ocupa a 74ª posição entre 162 nações, com um índice de 2,21. A triste liderança é do Iraque, com quase 10 mil mortes em 2014 e o índice 10. A França já ocupava a preocupante 36ª colocação com 11 incidentes no ano passado.

O Brasil é considerado um país onde o impacto do terrorismo é baixo (Reprodução).

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A desigualdade salarial entre os gêneros caiu no Brasil no último ano, mas permanece significativo. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada nesta sexta-feira (13) pelo instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as trabalhadoras mulheres recebem 25,5% menos do que os homens no país, com base nas informações relativas a 2014. Em comparação com 2013, houve uma melhora, mesmo que tímida, de um ponto percentual na relação.

Ano passado, o salário mensal médio delas foi de 1.480 reais, enquanto eles receberam em média 1.987 reais. A renda de ambos os sexos cresceu nos últimos meses, porém os valores estão abaixo do índice de inflação, que já chega a 9,9% desde novembro do ano passado: 6,3% no caso delas e somente 5,1% para eles. Em 2013, o salário médio das mulheres era de 1.392 reais enquanto dos homens foi de 1.890.

As trabalhadoras mulheres receberam apenas 74,5% dos salários dos homens em 2014.

A pesquisa ainda revelou que o Mato Grosso do Sul é o estado com o quadro mais grave de desigualdade entre os gêneros. As mulheres receberam 54,1% a menos do dinheiro pago aos trabalhadores homens: 1.474 reais delas contra 2.265 deles. No outro extremo, aparece o estado de Roraima, com uma diferença de aproximadamente 10% entre os valores pagos aos homens e às mulheres: 1.694 e 1.504 reais, respectivamente.

Imagens: iStock

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Mais de 250 milhões crianças no mundo vivem em zonas de conflito

Dados recém-divulgados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostram que cerca de 250 milhões de crianças em todo o mundo vivem em países afetados por conflitos. “O número de crianças envolvidas nas crises humanitárias em todo o mundo é impressionante e consternador”, destacou a entidade. Em um pedido de ajuda humanitária, a organização sinalizou que precisará de aproximadamente 2,8 bilhões de dólares para conseguir dar mais suporte a estes jovens. O orçamento da agência da ONU chegou a duplicar em dois anos por conta dos conflitos e condições meteorológicas extremas.

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Unicef pede ajuda financeira para dar suporte aos jovens que sofrem com a guerra e condições meteorológicas extremas. (Foto: Uriel Sinai/Getty Images)

Este problema trás consigo outros agravantes, expondo as crianças a falhas com nutrição, à violência e abuso, e também a muitas doenças. “Cerca de uma criança em cada nove no mundo vive atualmente nas zonas de conflito”, destacou o Unicef em um comunicado.

A ajuda orçamentária pedida pela entidade permitiria ajudar 76 milhões de pessoas, entre as quais, 43 milhões são crianças. A verba seria distribuída para 63 países, sendo que a maior parte ajudaria principalmente a Síria, que enfrenta uma guerra civil há cinco anos.

Nos gastos também estão inclusos investimentos em educação para crianças em situação de emergência.

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México decide a favor da legalização da maconha

0México decide a favor da legalização da maconha

 

A exemplo de diversos estados do vizinho do norte, o México se junta à lista de locais onde cultivar, possuir e fumar maconha não é crime. A Suprema Corte do país decidiu a favor da legalização para uso recreacional por quatro votos a um sob o argumento de que as pessoas têm direito a usar a erva “para um desenvolvimento livre da personalidade”. Assim como no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, a decisão diz respeito a um caso específico, mas estabelece o parâmetro de como o assunto deverá ser tratado pelo Judiciário daqui para frente.

Ministros mexicanos chegaram à conclusão de que a guerra às drogas é desproporcional (Getty Images).

O processo original é de quatro pessoas que desejam formar um grupo para o cultivo e o consumo de maconha. A decisão da corte mexicana, portanto, não diz respeito à venda ou produção comercial da droga nem implica legalização geral. Porém, abre precedente para que a lei nacional seja mudada para permitir o uso recreacional a todos, uma vez que nenhuma instância abaixo da Suprema Corte pode decidir de forma diferente dos ministros.

Ninguém disse que a maconha é inofensiva. É uma droga e, como uma, causa danos. O que está sendo resolvido aqui é que a proibição total é uma medida desproporcional.

A declaração é do ministro da Suprema Corte Arturo Zaldivar, responsável por escrever a opinião maioritária. O presidente do país, Enrique Peña Nieto, utilizou sua conta no Twitter para se pronunciar sobre o assunto: “Isso abrirá o debate sobre a melhor regulação para inibir o consumo de drogas, um tema de saúde pública”, escreveu.

Ele ainda lembrou, no tuíte seguinte, que o México tem promovido ampla discussão em fóruns internacionais, incluindo na Organização das Nações Unidas, para enfrentar o desafio global das drogas. A legalização da maconha pela Suprema Corte é a mais contundente ação até agora neste sentido.

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