Conselho Federal de Medicina apoia legalização do aborto

O Conselho Federal de Medicina (CFM) enviou ao Senado seu parecer no qual defende a liberação do aborto até a 12ª semana de gravidez (três meses). Apesar do pedido da entidade, alguns médicos se mostram contra a proposta. Atualmente, pelo Código Penal, a prática só é permitida em casos de risco à saúde da gestante ou de estupro. O pedido do CFM, caso aceito, resultaria na reforma do Código Penal Brasileiro.

O Conselho Federal de Medicina enviou parecer ao Senado defendendo a liberação da prática do aborto até a 12ª semana de gravidez, em novos casos específicos. (Foto: iStock)

O posicionamento da entidade será avaliado por uma comissão especial do Senado, responsável por analisar as mudanças do conjunto nacional de leis. A nova proposta permite o aborto em três novos casos: gravidez por emprego não consentido de técnica de reprodução assistida; anencefalia ou feto com graves e incuráveis anomalias, atestado por dois médicos; por vontade da gestante até a 12ª semana da gestação, quando o médico constatar que a mulher não apresenta condições psicológicas para a maternidade.

Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que a gravidez interrompida em casos de anencefalia do feto não é crime. Contudo, como este caso específico ainda não é permitido por lei, o direito da gestante não é automático e é preciso recorrer à Justiça.

Segundo o Conselho Federal, a posição não reflete a simpatia da entidade pela prática do aborto, mas sim considera a importância da autonomia da mulher e do médico nos casos propostos. De acordo com informações do presidente do conselho, Roberto Luiz d’Ávila, dadas à imprensa, a liberação da prática nas devidas circunstâncias pode evitar a grande parte dos procedimentos feitos na clandestinidade atualmente, “em locais sem higiene e com pessoas sem preparo”.

comente

Como seria sua vida se você tivesse nascido em outro país?

Não é difícil encontrarmos brasileiros irados com nosso país, convictos de que moramos no pior lugar do planeta. Os indicadores sociais e a simples observação da realidade indicam que não é bem assim, embora, é claro, existam outras nações cujos habitantes têm uma qualidade de vida bem maior em comparação com a nossa. O site If It Were My Home (Se Fosse a Minha Casa, em tradução livre) faz essa comparação de uma maneira bem simples e direta.

A vida em Oslo, capital da Noruega, é bem mais tranquila do que em países como o Brasil (iStock).

Basta acessar o site, informar em qual país você vive e escolher outro para o comparativo. A ferramenta se baseia em diversos índices relativos às nações, como a expectativa de vida da população, a renda per capita e a taxa de desemprego.

Ao colocarmos lado a lado o Brasil com Níger, o último colocado na lista de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo, vemos que um brasileiro típico vive 18,5 anos a mais e ganha quase 94% a mais. Por outro lado, nós temos uma chance 86% maior de sermos presos e 82% maior de sermos assassinados.

Os noruegueses, por sua vez, líderes do ranking por IDH, têm 87% menos chances de morrer na infância e ganhar 4,6 mais dinheiro do que os brasileiros, mas gastam 8,6 vezes mais em cuidados com a saúde e usam mais de 10 vezes mais energia do que nós. Após o comparativo, a página ainda traz um resumo sobre a história do país pesquisado.

comente

Como Amsterdã devolveu as ruas às pessoas

Em todos os cantos do mundo, quando o poder público resolve tirar um pouco do privilégio dos carros para abrir espaço ao transporte público e às bicicletas – ou seja, às pessoas – muitos argumentam que “aqui não é Amsterdã”. Porém, hoje conhecida mundialmente pelo baixo uso de veículos motorizados pessoais, a maior cidade da Holanda nem sempre foi assim. Uma série de imagens mostra como Amsterdã deixou de ser uma cidade voltada aos carros para dar qualidade de vida a seus moradores.

O projeto faz parte da tese de mestrado da estudante Cornelia Dinca, que criou um blog para publicar as fotos comparativas. Com a ajuda do fotógrafo Thomas Schlijper, ela voltou a lugares retratados em imagens antigas para ver como estão agora. Cornelia nota que não se trata apenas de pintar ciclofaixas no asfalto: a mudança também incluiu a construção de parquinhos e fontes, plantação de árvores e expansão de calçadas.

Quanto tempo será que os governantes brasileiros ainda vão levar para tomar as atitudes que já são regra em locais como Amsterdã desde a década de 1980?

Imagens: Antigas – Reprodução/Amsterdam Archives. Novas – Divulgação/Thomas Schlijper

comente

Califórnia tem nova lei para combater magreza extrema na moda

Seguindo o exemplo da França, a Califórnia acaba de aprovar uma nova lei que proíbe modelos supermagras. A ideia é combater o número de distúrbios alimentares recorrentes na indústria da moda. Agora, agências de modelos devem funcionar sob uma licença da Comissão do Trabalho da Califórnia, que vai determinar, por meio de um exame médico, se as profissionais estão saudáveis e aptas para trabalhar. Caso as medidas sejam descumpridas a empresa estará sujeita a ser multada.

Modelos terão que passar por exames médicos para garantir que estão saudáveis para exercer a profissão na Califórnia. (Foto: Reprodução/Pinterest)

A nova legislação também prevê que o Departamento de Saúde Pública da Califórnia formule novas regras sobre questões relacionadas ao bem-estar das profissionais desta área.

A ex-modelo norte-americana, Nikki DiBose, se mostrou a favor da medida. (Foto: Divulgação)

A norte-americana Nikki DuBose se manifestou sobre a importância da nova lei: “como uma ex-modelo e uma sobrevivente do transtorno alimentar, eu sei que esta legislação é extremamente necessária”, disse em um comunicado.

Tags

comente

Brasileira transexual é destaque em campanha da L’Oreal

 

A semana tem sido de conquistas para a população LGBT. Após a cineasta Lilly Wachowski se assumir transexual – a exemplo de sua irmã Lana, com quem criou os filmes de “Matrix” e a série “Sense8” – foi a vez da modelo cearense Valentina Sampaio se destacar no mundo da moda. A jovem de 19 anos foi a escolhida para estrelar o vídeo da marca francesa L’Oreal Paris que homenageia o dia internacional da mulher, celebrado nesta semana.

A campanha conta rapidamente a história de Valentina, que celebrou pela primeira vez em 2016 o dia da mulher. “Eu amo ser mulher. É muito bom a gente se aceitar, se amar, reconhecer o nosso valor”, diz. No vídeo, a modelo deixa claro que acha importante, sim, a celebração da data, mas não para ganhar flores, e sim respeito. O clipe termina com o lema da campanha: “Toda mulher vale muito”. O vídeo já possui quase 4 milhões de visualizações.

Toda Mulher Vale MuitoAcreditamos que toda mulher vale muito. Conheça Valentina e veja porque esse Dia da Mulher está sendo ainda mais especial pra ela. #TodaMulherValeMuito #ValeMuito #lorealparis

Publicado por L’Oréal Paris em Terça, 8 de março de 2016

Imagens: Reprodução/YouTube

Tags
comente
Ler a próxima matéria
Série de ilustrações mostra como seu cachorro vê você

Brandan Jordan explica como é ser de gênero fluido

2015 GLSEN Respect Awards  - Arrivals

 

Lembra-se do pequeno fã da Lady Gaga Brendan Jordan, que ficou famoso em 2014 por dançar no fundo de uma gravação ao vivo? Aquele adolescente virou um astro do YouTube – e de todas as demais redes sociais também – e uma das mais importantes vozes da nova geração da população LGBT. Em um recente evento da campanha Time to Thrive, o jovem se declarou um membro da comunidade transexual, embora ainda esteja descobrindo mais sobre si mesmo:

Como a maioria dos adolescentes, eu ainda estou me conhecendo. Estou começando a identificar como trans, ou como parte da comunidade trans. Eu realmente não posso rotular, porque alguns dias o meu lado mais feminino se sobressai, o ‘ela’. Outros dias, eu não tenho vontade de colocar a minha fabulosa máscara, e o ‘ele’ domina, e eu estou totalmente bem com isso.

O canal no YouTube de Brendan conta com mais de 244 mil seguidores (Reprodução/YouTube).

Ainda sobre a mesma questão, Brendan produziu um vídeo chamado “Opening Up About Coming Out” (algo como “Se Abrindo Sobre Sair do Armário”) e o postou em seu canal no YouTube. “Eu me identifico como ‘gênero fluido’, o que significa que vocês podem usar os dois pronomes [ele e ela] para se referir a mim, tanto faz”, esclarece.

O adolescente ainda elucida um ponto que já seria debatido nas escolas caso o assunto fizesse parte das diretrizes educacionais do país: sexo e gênero são coisas diferentes. “Sexo é como você nasceu. Por exemplo, eu nasci biologicamente homem. Gênero é como você se identifica como pessoa. Se você não acredita em mim, pesquise no ‘Google’”, diz. No fim, a jovem deixa uma mensagem para as novas gerações: “Nós todos merecemos viver felizes e saudáveis e aceitar nós mesmos acima de tudo”.

Se você está procurando um sinal para parar de se esconder na escuridão e sair do armário e ser você mesmo, que esse vídeo seja esse sinal porque você é lindo.

Tags

comente
Ler a próxima matéria

Maps: app do Google ressurge de cara nova e com recursos inéditos

Banco Mundial não financiará projetos em países homofóbicos

Uma das instituições mais poderosas economicamente tomou uma atitude extrema em relação ao preconceito contra a população LGBT. Em participação na conferência Pride and Prejudice (Orgulho e Preconceito em português, em referência à obra literária do século 19 de Jane Austen), o presidente do Banco Mundial Jim Yong Kim declarou que não financiará projetos em países que possuam políticas contrárias às pessoas lésbicas, gays, bi e transexuais.

A conferência aconteceu simultaneamente que aconteceu em Londres, Nova York e Hong Kong.

Segundo o sul-coreano, não se trata de uma posição política do banco de rejeitar ajuda a determinados países, mas sim uma questão de direitos humanos. “Discriminação contra pessoas LGBTs em seus países não serão tolerados”, garantiu. O Banco Mundial, como o próprio nome já indica, é uma entidade financeira que concede empréstimos a países em desenvolvimento com o objetivo de auxiliá-los a se desenvolver e criar infraestrutura necessária para crescerem economicamente.

Nós ainda não chegamos lá, mas estamos no caminho para conseguir um mundo mais tolerante.

De acordo com o Banco Mundial, a nova política é uma questão de direitos humanos.

Em 2014, Kim já havia barrado um financiamento de 90 milhões de dólares (340 milhões de reais) para o governo de Uganda, na África, um dos países que mais perseguem homossexuais no mundo. O dinheiro seria empregado para a construção de clínicas médicas, que de acordo com o presidente do banco poderiam ser usadas para “tratamentos” de pessoas LGBT. O país tinha acabado de aprovar uma lei que penaliza homossexuais e incentiva os cidadãos a denunciarem pessoas que mantêm relações homoafetivas.

comente

Ativistas fazem intervenções artísticas contra a polícia

Um grupo de ativistas anônimos de Londres está promovendo intervenções urbanas artísticas para protestar contra ações racistas e outras práticas imorais da polícia, como os recorrentes casos de corrupção. No lugar dos tradicionais anúncios que ficam nas paradas de ônibus, eles têm colocado cartazes com frases de repúdio aos atos autoritários da segurança municipal. Uma ação parecida já havia sido praticada no ano passado, mas acabou sendo contida pelo poder público.

As artes que estão sendo espalhadas pela cidade foram feitas para parecer com os cartazes que a Polícia Metropolitana de Londres geralmente utiliza para fazer os comunicados. A nova ideia surgiu por conta das campanhas de marketing feitas pela entidade este ano, nas quais foram gastas mais de 900 mil libras esterlinas, o equivalente a aproximadamente 4 milhões de reais.

As mensagens deixadas pelos ativistas vêm acompanhadas da frase “Usando o dinheiro público para mentir para a população”, seguida da hashtag #ACAB. Os enunciados expressam os diversos problemas encontrados na força policial londrina. Veja alguns deles:

Tags

comente

Artista cobre prédio de Berlim com coletes de refugiados

O artista chinês Ai Weiwei vê de modo crítico a resposta – ou falta de resposta – europeia à atual crise dos refugiados, que têm cruzado o mar para fugir da guerra do Oriente Médio. Como forma de protesto, o ativista revelou uma instalação na Konzerthaus, uma casa de concertos de Berlim, na Alemanha, que contou com 14 mil coletes salva-vidas utilizados pelos refugiados e previamente descartados na ilha grega de Lesbos.

Ai Weiwei explicou que cada colete simboliza uma vida que correu riscos ao desembarcar na ilha de Lesbos, na Grécia (Getty Images).

Os milhares de coletes envolveram as colunas do prédio, onde ocorre tradicionalmente a gala do Festival de Cinema de Berlim. Segundo Weiwei, cada uma das peças representa uma vida individual que corre perigo ao desembarcar em Lesbos, e a obra tem como objetivo “mobilizar a comunidade internacional contra o crime cometido diariamente no mar Egeu pelos traficantes de pessoas”.

Nos últimos meses, Ai Weiwei tem intensificado suas exposições para chamar atenção às políticas europeias, que, de acordo com ele, colocam em risco as vidas das pessoas que tentam chegar ao território. Em janeiro, uma exibição na Dinamarca foi cancelada pelo artista, após o país aprovar uma lei que permitia às autoridades confiscarem bens de refugiados.

A crítica do artista e ativista chinês é contra as políticas dos governos europeus, que colocam em risco a vida dos refugiados (Divulgação/Ai Weiwei).

Atualmente, cerca de 80 mil refugiados vivem na capital alemã, e espera-se que em 2016 a cidade receba mais de 30 mil pessoas. De acordo com estatísticas publicadas pela Organização Internacional para as Migrações (OMI), foram registradas 272 mortes no mar Egeu apenas em janeiro deste ano.

comente

Adidas incentiva seus atletas a saírem do armário

Tom Daley Book Signing

 

Apesar de ainda ser tabu no meio esportivo, o direito à livre expressão da sexualidade conta com cada vez mais apoiadores. Agora foi a vez da empresa Adidas, segunda maior companhia do ramo de vestuário esportivo, promover a tolerência e o bem-estar à população LGBT. Os novos contratos firmados com atletas terão uma nova cláusula, deixando claro que, caso o esportista revele a sua homo, bi ou transexualidade, o acordo não poderá ser mudado ou cancelado.

Os atletas patrocinados pela marca terão total liberdade para assumir a sexualidade.

Países como o Brasil e muito outros onde vivem alguns esportistas patrocinados pela marca, não há lei alguma que impeça os empregadores de demitirem seus trabalhadores por causa da orientação sexual deles. O perigo de perder o patrocínio é apontado como uma das causas para atletas LGBT continuarem no armário. A cláusula dos contratos diz:

A Adidas reconhece e adere aos princípios da diversidade, uma parte central da filosofia do grupo. Portanto, a Adidas garante que este acordo não será nem encerrado nem modificado no caso do atleta vir a público se assumir membro da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros).

O britânico Tom Daley, de 21 anos, ganhou a medalha de bronze na Olimpíada de Londres-2012.

Medalhista olímpico nos saltos ornamentais, Tom Daley se tornou um dos maiores porta-vozes do movimento LGBT no esporte após falar honestamente sobre sua orientação sexual em um vídeo postado no YouTube em 2013. O britânico começou a ser patrocinado pela Adidas semana após o anúncio de sua homossexualidade.

Imagens: Getty Images

Tags

comente
Ler a próxima matéria

6 destinos para fazer turismo ecológico dentro e fora do Brasil