Entrevista Rio 2016: Larissa/Talita não se incomodam com o favoritismo no vôlei de praia

Elas jogam juntas há pouco mais de um ano, mas já são apontadas como as favoritas ao ouro olímpico neste ano. Em pouco tempo, as jogadoras de vôlei de praia Larissa França e Talita Antunes, ambas com 33 anos, se entrosaram e mostraram que podem subir ao lugar mais alto do pódio nos Jogos do Rio, o que não acontece na modalidade feminina há 20 anos, desde Atlanta-96. Campeãs do Circuito Mundial de 2015, elas esperam que 2016 seja ainda mais especial.

Larissa resolveu adiar o sonho de ser mãe para voltar a jogar, dessa vez ao lado de Talita.

Larissa resolveu adiar o sonho de ser mãe para voltar a jogar, dessa vez ao lado de Talita.

Experiente, a dupla não se incomoda com o rótulo de favorita nem escolhe adversário. “Encaramos todas as duplas com a mesma importância e procuramos sempre focar jogo a jogo”, declara Larissa ao ser perguntada sobre as oponentes mais fortes que deverão encarar em agosto. Em entrevista exclusiva ao POP, as atletas ainda lembraram os momentos mais marcantes na vida da parceria até aqui e prometem muito foco rumo ao objetivo final: a medalha dourada no Rio de Janeiro.

A dupla foi formada em 2014 e já teve um 2015 quase perfeito. A que vocês creditam esse sucesso tão rápido?

Talita: Acho que o principal é que nós duas quando nos juntamos tínhamos o mesmo pensamento e o mesmo objetivo. Isso nos motivou muito. Também o fato de estarmos felizes em jogar uma com a outra. Quando se faz o trabalho de forma feliz, tudo rende melhor.

Larissa: Quando chamei a Talita sabia que poderíamos formar um bom time, mas os resultados vieram rápido porque, assim como eu, a Talita é muito profissional e focada. Quando tem algum objetivo, ela se dedica a ele e corre atrás. Esse tipo de estímulo foi fundamental para o meu retorno depois desse tempo parada.

Vocês já estão classificadas para a Olimpíada no Rio de Janeiro. Como será a preparação de vocês até lá?

Talita: Nosso primeiro objetivo foi alcançado, que era a classificação. Agora é focar no segundo objetivo que é a medalha. Vamos nos esforçar ao máximo para isso e sabemos que temos condições de brigar por uma medalha. Nos reunimos com nossa equipe e planejamos o ano, treinamento e competições. Estamos focadas e queremos chegar 100% nos Jogos do Rio 2016.

Larissa: Não muda muita coisa. Se tudo que fizemos até agora deu certo e os resultados apareceram é porque estamos no caminho certo. Claro que sabemos que podemos melhorar, e buscamos isso a cada dia. Seja jogando ou no treino, sempre queremos melhorar ainda mais individualmente e como time. Esse é o segredo. Se você achar que está tudo 100%, acaba se acomodando.

A dupla chegou a ficar 42 jogos invicta, vencendo seis etapas do Circuito Nacional seguidas.

A dupla chegou a ficar 42 jogos invicta, vencendo seis etapas do Circuito Nacional seguidas.

Com resultados tão expressivos, vocês são as grandes favoritas ao ouro no Rio. Como vocês lidam com essa pressão?

Talita: Não pensamos nisso. Esse favoritismo é consequência dos resultados que tivemos, então não há muito o que pensar. Não podemos nos iludir com isso e achar que já ganhamos. Olimpíada é uma competição especial e queremos muito esse ouro. Mas favoritismo não ganha jogo, é preciso mostrar em quadra porque as apostas estão em você.

Larissa: Claro que Olimpíada é especial, essa será a nossa terceira como atletas, embora a primeira juntas. Mas sempre entramos em todos os torneios querendo apresentar nosso melhor vôlei e brigar pelo título. Não será diferente nos Jogos Olímpicos. É isso que temos que fazer, nos dedicar a cada treino, entrar focadas em cada jogo e sempre buscar apresentar nosso melhor desempenho. Os resultados até agora foram consequência disso, que seja assim também no Rio 2016.

Com a tricampeã olímpica Kerri Walsh machucada e a modalidade crescendo no Canadá e na Europa, quais serão suas maiores adversárias no Rio?

Talita: O vôlei de praia há muito tempo deixou de ser apenas uma disputa entre Brasil e Estados Unidos. Claro que esses dois países continuam tendo times fortes que dominam o circuito mundial, mas a modalidade cresceu no mundo inteiro. A China tem medalhistas nos dois últimos jogos olímpicos, os países europeus estão cada vez mais fortes e brigando por títulos no Circuito Mundial. Hoje o cenário do vôlei de praia feminino é de grande equilíbrio, com vários times com chances de medalhar no Rio.

Larissa: Não pensamos muito quem são nossas principais adversárias. Para gente, o adversário mais importante é sempre o do próximo jogo. Encaramos todas as duplas com a mesma importância e procuramos sempre focar jogo a jogo. Quem estiver no nosso caminho no Rio 2016 desde o primeiro jogo será um adversário importante.

Às vezes as pessoas acham que a primeira fase de um torneio desse não é tão importante, porque teoricamente são jogos mais fáceis. Primeiro que dependendo do seu grupo, você já pode pegar adversários complicados na fase de grupos, depois que uma derrota nessa fase muda todo o cruzamento na fase eliminatória. Não temos que nos preocupar com os outros, ou com os resultados dos outros times. Temos que nos preocupar com a nossa dupla, com o que vamos apresentar em quadra e estudar cada adversário do primeiro ao último jogo, que eu espero seja a final (risos).

Larissa foi eleita a melhor jogadora defensiva do ano no Circuito Mundial enquanto Talita tem o melhor ataque há três temporadas.

Larissa foi eleita a melhor jogadora defensiva do ano no Circuito Mundial enquanto Talita tem o melhor ataque há três temporadas.

Nesta curta trajetória da dupla até aqui, qual foi o momento mais marcante? E a maior decepção?

Talita: Certamente o nosso primeiro título juntas. Estávamos vindo de dois resultados abaixo da expectativa para o nosso time, mesmo com pouco tempo treinando e jogando juntas. A expectativa em torno da nossa dupla era grande e sabíamos que as pessoas estavam olhando querendo saber até onde iríamos. Quando ganhamos deu aquela sensação de que esse era mesmo o caminho, que se continuássemos em frente, juntas, sem se preocupar com o que as pessoas podiam pensar sobre nosso time, iríamos certamente alcançar nossos objetivos. Nos fechamos dentro da nossa equipe, sempre acreditamos nesse projeto, e jogamos felizes juntas.

Nenhuma decepção. Até as derrotas foram importantes. Temos pouco tempo juntas se comparar com a maioria dos times. Nas derrotas conseguimos enxergar mais facilmente onde precisamos melhoras, conseguimos nos unir ainda mais e nos tornarmos cada vez mais fortes como time.

Larissa: A primeira competição que ganhamos. Claro que tiveram outros momentos especiais, mas aquele título nunca vou esquecer. A sensação de que vai mesmo dar tudo certo, que valeu a pena todo o esforço, que podíamos sim formar um time competitivo. A vitória é o que move o atleta, e ali a gente tinha chegado no ápice em pouco tempo. Mas o melhor é que depois disso não relaxamos, mesmo com a conquista daquela etapa sabíamos que tinha muita coisa pra melhorar, e fomos melhorando. Veio a sequência incrível de vitórias, um novo recorde para a minha carreira. E a gente tava tão feliz jogando juntas que nem se ligava nesses números.

As derrotas, seja no início do time, ou depois da sequência de vitórias que tivemos nunca foram encaradas como algo ruim. Sempre tivemos a capacidade de enxergar como uma oportunidade de nos tornarmos ainda melhor. Não tenho nada de ruim na minha cabeça quando penso no time Larissa/Talita. Só coisas boas, até mesmo nas derrotas.

Em pouco mais de um ano de parceria, a dupla já venceu 11 etapas do Circuito Mundial.

Em pouco mais de um ano de parceria, a dupla já venceu 11 etapas do Circuito Mundial.

Pensando no futuro, o que acontecerá com a dupla Larissa e Talita após os Jogos Olímpicos do Rio? Vocês pensam em aposentadoria?

Talita: Se tudo der certo e a gente conseguir nosso objetivo será tempo de dar uma atenção maior a família. Mas não planejei nada ainda, meu foco agora é só nos Jogos Olímpicos. O que vai acontecer depois eu penso quando passar.

Larissa: Não penso em nada. Durmo, acordo e passo o dia pensando numa única coisa: o quanto eu quero jogar bem essa Olimpíada. O quanto quero brigar por esse ouro. O que vou fazer depois vou deixar pra pensar depois que os Jogos acabarem, se Deus quiser com a medalha de ouro nas nossas mãos. Já pensou?

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Conheça a brasileira que perdeu uma perna, venceu um câncer e virou atleta recordista

A recifense Roseane Ferreira da Silva, mais conhecida como Rosinha, viu sua vida mudar quando, 1990, sofreu um grave acidente de carro que resultou na amputação da sua perna esquerda. Até então, Rosinha trabalhava como empregada doméstica e na ocasião se viu com um grande desafio pela frente: como iria manter sua independência? Rosinha deu um jeito. E que jeito que essa mulher deu…

Desde 2009 morando no Rio de Janeiro, a ex-empregada doméstica virou uma atleta paraolímpica com mais de 50 medalhas de ouro no currículo e tetracampeã dos Jogos Panamericanos.

Cheia de determinação, Rosinha transformou as perdas em combustível para entrar no atletismo paraolímpico. (Divulgação)

No especial do POP, Semana da Mulher, em homenagem ao dia 8 de março, confira trajetória dessa atleta especialista em lançamento de disco, dardo e arremesso de peso.

A transição dolorosa

Antes de apostar no mundo do esporte, Rosinha trabalhou como empregada doméstica por seis anos. E a transição para o atletismo paraolímpico não foi tão fácil. “Eu nunca imaginei ser atleta, muito menos uma atleta paraolímpica”, conta. Segundo ela, logo após o acidente, ficar sabendo que perderia a perna foi algo devastador. “Eu fiquei pesando: por que com tanta gente no mundo que quer o mal das outras pessoas, eu, que nunca desejei nada de ruim, é que perderia a perna? Eu não entendi e nem podia imaginar como seria”.

Ela conta que pediu ao médico que não a deixasse morrer e, quando acordou, após a cirurgia, só assimilou que estava sem a perna esquerda quando sentiu vontade de ir ao banheiro.

Com medo de não poder mais ajudar a mãe, Rosinha não se deixou vencer pelo desespero por muito tempo. “Ou eu desistia de viver ou tocava a vida pra frente. Como eu sempre quis viver, isso não tirou a minha alegria e a minha vontade de trabalhar”, afirma. (Divulgação)

A procura por emprego foi difícil, já que muita gente não confiava que ela pudesse concluir as tarefas. Ela chegou a trabalhar por comida e depois começou a vender roupas como autônoma.

Mas ninguém poderia prever que a oportunidade para mudar de vida bateria por acaso à porta de Rosinha.

Das dificuldades aos recordes

Diferente de muitos atletas, que sonham com a glória e iniciam seus treinos desde cedo para alcançar a vitória, Rosinha não tinha a pretensão de entrar no mundo do esporte – o que só viria a acontecer em 1999. A atleta relata que certo dia estava em frente à própria casa na capital pernambucana quando um homem apareceu perguntando se ela gostaria de “se tornar atleta”. “Achei que fosse piada, mas ele explicou que tinha esporte para pessoas que não têm uma perna, um braço…”, diz.

De início, a proposta não causou muito ânimo. Mas depois de muita insistência do irmão, ela decidiu ir fazer os testes. Logo no primeiro dia, Rosinha atingiu a marca de 13 metros no lançamento de disco, arrancando elogios e previsões de que poderia se tornar uma atleta recordista. “Eu nem sabia direito o que era isso, mas quando ele disse que como recordista eu poderia dar uma casa para a minha mãe, eu decidi treinar”.

Rosinha precisou lidar também com a dificuldade do namorado em aceitar que ela fosse atleta. Mas concluiu o seu primeiro campeonato brasileiro com três medalhas de ouro. (Divulgação)

Rosinha lembra que, apesar de ser parabenizada por muita gente, o namorado desprezava os títulos que conseguia em território nacional. “Ele disse que qualquer um podia conquistar o ouro no Brasil, que difícil mesmo era ganhar um mundial”, desabafa. Por isso, quando foi selecionada para competir no Mundial da Inglaterra pensou em desistir. Uma ida à igreja e muita reflexão a fizeram aceitar o convite e ficar lado a lado com atletas de 19 países diferentes.

Em meio à concorrência acirrada, Rosinha ficou em quinto lugar. Mesmo admitindo que na época não entendia por que a colocação rendeu congratulações, ela continuou treinando e conquistou o ouro e bronze no Parapan do México, em 2011, onde também ficou a nove centímetros de bater o recorde mundial de lançamento de disco. “Foi aí que comecei a entender a importância de uma medalha de ouro para o Brasil”, completa.

Atualmente, ela treina cinco horas por dia, dividindo esse tempo entre academia e a prática do arremesso. (Divulgação)

A perseverança da atleta rendeu mais de 50 medalhas de ouro e quatro títulos vitoriosos nos Jogos Panamericanos, sendo dois deles em sua primeira Paraolimpíada em Sidney (2000), no arremesso e lançamento de disco. Em Atenas, ela levou a melhor marca mundial no lançamento de disco.

Saúde e Rio 2016

O Rio de Janeiro vai ser a sede dos jogos de verão da 31º Olimpíada, que será realizada entre os dias cinco e 21 de agosto do ano que vem. Apesar da convocação de quem vai competir ainda não ter sido divulgada, Rosinha já se prepara diariamente, assim como outros atletas.

A responsabilidade de ser uma competição em casa, na cidade em que Rosinha resolveu chamar de lar desde 2009, parece pesar um pouco mais.

O ano passado não foi fácil para nossa atleta, em 2014 foram oito meses longe do esporte, em tratamento para curar um câncer na garganta. “É como se eu estivesse iniciando (no esporte novamente). Bate um nervosismo”, admite.

No entanto, ela venceu a doença e só precisará fazer acompanhando médico a cada três meses.

As provações difíceis não quebraram o espírito dessa atleta brasileira e muito menos diminuíram sua expressão sorridente e vontade de vencer. (Divulgação)

Às jovens mulheres atletas ela só aconselha: “Fé em Deus e ame ao próximo. Nunca esqueçam de serem felizes e se cuidarem. Cuidem da saúde, que é o único bem valioso que temos”.

Pode deixar, Rosinha. Não somos atletas como você, no entanto vamos ficar na torcida e acompanhando sua trajetória cheia de vitórias. E que todos os dias sejam motivos de celebração do poder feminino, não somente no Dia Internacional da Mulher.

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Entrevista Rio-2016: Érika Miranda é esperança de ouro no judô

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) já anunciou que, para atingir o ambicioso plano de colocar a delegação nacional entre os dez países com o maior número de medalhas nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, terá que contar com a força do judô nacional. Uma das atletas brasileiras com mais chance de se tornar campeã olímpica em casa na modalidade é a brasiliense Érika Miranda, de 28 anos, atual quarta colocada no ranking mundial na categoria até 52 quilos.

Érika, com a bandeira brasileira no quimono, conquistou o primeiro ouro do Brasil no judô em Toronto (Comitê Olímpico Canadense).

E ela sabe da responsabilidade que tem. Medalhista nos últimos três Campeonatos Mundiais, Érika tinha tudo para ir à decisão na edição de 2015 quando levou um golpe a três segundos do fim, na semifinal. Determinada, voltou ao tatame e conquistou o bronze. Será que o ouro finalmente vem no Rio de Janeiro? É o que ela – e a gente – espera.

Em entrevista exclusiva ao POP, a judoca relembra os altos e baixos da carreira, como a conquista da medalha de ouro no Pan-Americano de Toronto, em 2015, sobre a dona da casa Ecaterina Guica e a decepção de ficar de fora da Olimpíada de Pequim-2008, por causa de uma lesão.

Érika Miranda é a única brasileira a medalhar nos últimos três Campeonatos Mundiais (G. Sabau/IJF).

O foco deste ano é, sem dúvida, a Olimpíada no Rio de Janeiro, mas sem tirar o olho do ranking mundial. Como será a sua preparação até agosto?

Esse ano está todo voltado para a preparação olímpica. O ranking mundial é importante, mas nesse momento o que mais me importa é a minha evolução e o foco na preparação para os Jogos Olímpicos. Optei por participar de poucas competições para chegar preparada ao máximo em cada uma delas e ter um bom resultado em todas elas.

Você traçou uma meta para a sua participação nos Jogos?

A meta é a medalha de ouro, e isso se conquista todos os dias na dedicação integral ao treino em todos os sentidos.

A previsão dos pódios olímpicos feito pela empresa Infostrada dá o ouro a Érika (Rafael Burza/CBJ).

Depois de um 2013 e 2014 muito positivos, o desempenho da equipe brasileira em 2015 foi um pouco abaixo do esperado. Como você considera que estão os judocas do Brasil atualmente?

Para as pessoas que trabalham com o esporte, é fácil de entender que nenhum atleta de alto rendimento se mantém no seu auge durante três anos consecutivos. Você precisa cair e se recupera para voltar a subir. Isso é o que está acontecendo no momento e tenho certeza que essa Olimpíada dará ao judô brasileiro um resultado histórico. Vamos chegar bem e preparados.

Como será o nível das adversárias da sua categoria na disputa por uma medalha no Rio?

A Olimpíada é uma competição de alto nível, assim como todos os atletas que estarão presentes lá.

A judoca iniciou o ano olímpico na quarta posição do ranking mundial (Ministério do Esporte).

Como é a sensação de lutar dentro de casa? O fator torcida é mais positivo pelo incentivo ou negativo pela pressão?

Eu particularmente amo lutar no Brasil, principalmente aqui no Rio de Janeiro, onde sempre consegui bons resultados [Érika foi prata no Pan de 2007 e no Campeonato Mundial de 2013, ambos no Rio]. Maior que a pressão será o incentivo e o apoio da torcida! Estaremos com tudo a nosso favor!

Na sua carreira inteira, qual foi o momento mais marcante? E a maior decepção?

O momento mais marcante foi minha medalha nos Jogos Pan-Americanos de 2015 e a decepção foi Pequim-2008.

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Como a atriz Ellen Page se tornou um ícone LGBT

Apesar da pouca idade, a atriz Ellen Page já se tornou um nome de referência entre a comunidade LGBT. Com 29 anos completados neste domingo (21), a canadense revelou publicamente sua sexualidade há pouco mais de dois anos, mas desde então não parou de advogar a causa das lésbicas, gays, bi e transexuais. Na mais recente entrevista concedida, Ellen declarou que se sentiu “moralmente obrigada” a sair do armário.

Ellen Page (Stacie) e Julianne Moore (Laurel) são as protagonistas de “Amor Por Direito” (Divulgação).

Em conversa com o site britânico Radio Times, a protagonista de “Juno”, de 2007, que lhe rendeu a fama precoce e uma indicação ao Oscar de melhor atriz, conta que foi seu papel no filme “Amor por Direito” que lhe deu o empurrão para falar sobre sua homossexualidade. A obra, baseada em fatos reais, conta a história de um casal de duas mulheres que lutam pelo reconhecimento judicial do relacionamento quando uma delas descobre que tem uma doença terminal:

Eu pensei comigo ‘não posso ser uma atriz enrustida e fazer este filme’. É muito simples. Pessoas como Laurel e Stacie são pessoas verdadeiramente corajosas, que em um momento de dificuldade inimaginável e tristeza se tornaram ativistas. Começou a parecer uma obrigação moral eu sair do armário.

O emocionante longa-metragem, que traz Julianne Moore na papel da esposa de Ellen, estreia no Brasil dia 21 de abril deste ano. A canadense, no entanto, nem esperou a estreia do filme para iniciar outro projeto pró-LGBT. Junto com o amigo Ian Daniel, Ellen tem viajado o mundo para a produção do documentário “Gaycation” – um jogo de palavras com “gay” e “vacation” (“férias”).

A série em estilo de documentário “Gaycation” conta com a produção de Ellen Page e Ian Daniel (Getty Images).

A intenção da dupla é mostrar as dificuldades enfrentadas por membros da comunidade LGBT nas mais diferentes culturas, além de contar histórias inspiradoras de gente que não mede esforços na busca por igualdade e pelo fim do preconceito. A própria Ellen já declarou em entrevistas que a série documental funciona como uma jornada pessoal para si mesma: “pude explorar mais sobre o que é ser lésbica, gay, bi ou trans no mundo todo”. A estreia de “Gaycation” está prevista para o último dia de fevereiro, no canal norte-americano da Vice.

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Dave Grohl fará apresentação especial na cerimônia do Oscar

Chelsea anuncia criação de torcida organizada LGBT

Foi-se o tempo em que arquibancada de estádio de futebol era um lugar opressor para lésbicas, gays, bi e transexuais. Pelo menos se depender do Chelsea, um dos mais tradicionais times de futebol do Reino Unido. O clube pretende, em conjunto com a Gay Football Supporters Network, estabelecer uma torcida organizada voltada especialmente aos torcedores LGBT. Em nota no site oficial, a equipe promete colaborar na formação do grupo e oferecer apoio e assistência para assegurar seu crescimento:

O clube está orgulhoso de celebrar sua diversidade com a iniciativa e trabalhando a fundo para satisfazer a visão da instituição e de uma comunidade que dá as boas vindas a todos, sem importar sua raça, religião, sexualidade ou gênero.

O Chelsea Futebol Clube foi criado em 1905 e conquistou a Liga dos Campeões na temporada 2011/12.

Presidente da Gay Football Supporters Network, Ed Connell se diz tremendamente orgulhoso da iniciativa. “Como sócio do Chelsea, estou encantado de ver que o clube apoia a criação de uma torcida LGBT, fazendo com que os torcedores gays se sintam verdadeiramente bem-vindos na equipe para a qual torcem”. Ele lembra que tem lutado contra a homofobia no futebol pelo últimos 12 anos e que, apesar dos primeiros 7 ou 8 anos terem sido frustrantes, ver a criação de uma torcida LGBT é “fantástico”.

O clube inglês manda seus jogos no Stamford Bridge, em Londres.

Imagens: iStock

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Saiba quais são os passaportes mais “poderosos” do mundo

A história do menino afegão que ganhou uma camisa de Messi

Jaghori é o nome de um distrito da pequena cidade de Ghazni, no leste do Afeganistão. Pode não parecer, mas este lugar possui uma forte ligação com o futebol… da Argentina? Esta relação veio à tona depois do sucesso da foto de Murtaza Ahmadi, de apenas cinco anos, rodar o mundo nas redes sociais. “O maior fã de Messi”, como Ahmadi é conhecido nas ruas de Jaghori, costumava jogar bola com os amigos vestindo um saco plástico azul e branco, com o nome Messi e o número 10 escritos nele. A imagem desse pequeno craque foi parar no Facebook e Twitter, e não demorou muito para o ídolo argentino saber de sua existência.

Depois do sucesso na internet, Ahmadi já pode aposentar a sua “antiga camisa” da seleção argentina. Isso por que, agora ele possui um novo uniforme para vestir, enviado e autografado pelo próprio Lionel Messi.

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Ahmadi ficou famoso após ser fotografado com sua camisa da seleção argentina feita de saco de lixo. (Foto: Reprodução/Facebook)

Recentemente, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) publicou novas fotos em sua página no Facebook, que mostram o garoto afegão usando os presentes que ganhou do jogador. “Eu amo Messi, e minha camisa diz que Messi também me ama”, comemorou Ahmadj.

Confira as novas imagens Murtaza Ahmadi:

Fotos: Reprodução/Facebook/Unicef Afghanistan)

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Supermercado de vencidos evita desperdício na Dinamarca

 

A Dinamarca está resolvendo seu problema com desperdício de alimentos de uma forma inovadora: Copenhague agora tem seu primeiro supermercado de alimentos vencidos. Os produtos do WeFood são vendidos com um grande desconto, e tem como objetivo redirecionar alimentos que passaram da data de validade ou possuem embalagem danificada, evitando que estes acabem no lixo. Se o modelo for aprovado pela população e tiver um impacto efetivo na redução do desperdício, pode servir de exemplo a outros países.

O WeFood vende seus produtos alimentícios com um desconto de até 50% em comparação com o mercado regular (Divulgação/WeFood).

Anualmente, a nação dinamarquesa descarta cerca de 700 mil toneladas de alimentos. Em escala global, o número supera 1,3 bilhão de toneladas, quantidade equivalente a um terço de todos os alimentos produzidos, e que poderia ser direcionado a um público consumidor alternativo.

Apesar de outros países, incluindo os Estados Unidos, possuírem espécies de “outlets” para os excedentes, como produtos com embalagens danificadas, design antigo ou qualquer outro fator que tenha interrompido a distribuição de determinado lote, raramente são vistos produtos vencidos. No WeFood, todos os alimentos são comercializados com descontos de até 50% em comparação às lojas regulares. Isso é uma grande vitória aos consumidores que precisam mexer em suas economias numa ida ao mercado, ao mesmo tempo em que é uma solução alternativa para evitar que alimentos bons sejam jogados fora.

O supermercado não tem como público-alvo apenas consumidores de baixa-renda, mas todos aqueles que se preocupam com a questão do desperdício de alimentos (Divulgação/WeFood).

“O WeFood é o primeiro supermercado desse tipo na Dinamarca… não apenas destinado a clientes de baixa renda, mas a qualquer um que se preocupe com a grande quantia de resíduos produzidos nesse país”, declarou Per Pjerre da ONG “DanChurch Aid”, que está por trás do novo mercado. “Muitas pessoas veem isso como uma forma positiva e politicamente correta de abordar a questão.”

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Seja criativo no seu casamento

Seja criativo no seu casamento

Fazer a festa no mesmo local da cerimônia é uma das tendências. Foto: iStock, Getty Images

O grande dia já tem data marcada e o seu objetivo é ter um casamento moderno e descolado? Cada vez mais, o convencional perde espaço para novidades do segmento, trazendo formas criativas de deixar a celebração com a cara dos noivos.

Leia a matéria completa.

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Projeto paulista ajuda a reduzir lixo em aterros

A cidade de São Paulo produz cerca de 20 mil toneladas de lixo diariamente, sendo a maior produtora de lixo do país, que produz 250 mil toneladas por dia. Para diminuir esses números, surgiu em 2014 uma iniciativa da Prefeitura da capital paulista em parceria com a Morada da Floresta com o objetivo de mostrar que existem alternativas para reaproveitar aquilo que não queremos mais. Dessa forma, o projeto Composta São Paulo procura reduzir a quantidade de lixos que vai para o aterro.

O projeto procura atingir diretamente as famílias, já que dessas 20 mil toneladas, 12 mil são produzidas por casas. (Imagem: Reprodução/Youtube)

Considerando que quase metade do volume de lixo produzido pelas casas é de matéria orgânica, a intenção é ensinar e incentivar a compostagem doméstica, que recicla os resíduos orgânicos e transforma os restos de alimentos em adubo. O adubo é criado juntamente com matéria vegetal seca, ficando humidificado e sendo um ótimo fertilizante do solo.

A conscientização começa com a distribuição de kits especiais que ajudam a compostagem manual. As casas recebem a instalação gratuita de composteiras caseiras, que são sistemas de reciclagem em que microrganismos fazem a transformação de restos de alimentos em adubo. O sistema não exala cheiros ruins, além de ser higiênico, compacto e fácil de usar.

São mais de 1.500 casas já inscritas no programa, que já economizaram mais de 250 mil toneladas em seis meses. Antes de receber as composteiras e o kit, as famílias participam de oficinas sobre o funcionamento e a utilização delas. Cada sistema tem a capacidade de reciclar até 2 quilos de lixo por dia, o que pode reduzir bastante o volume produzido.

O reaproveitamento desse lixo que acabaria em aterros sanitários é simples e requer apenas que as famílias separem o alimento orgânico. Além disso, a prática é boa não só para a natureza, mas para a cidade, que economiza nos gastos com o lixo. Além disso, o adubo pode ser usado em vasos de plantas e hortas caseiras.

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Nova novela de Benedito Ruy Barbosa fala da volta de Jesus

Jovem ganha a vida viajando pelo mundo e fotografando

 

Quando Mollie Bylett decidiu desistir da faculdade e viajar para o sudeste da Ásia, jamais imaginou que apenas dois anos depois estaria ganhando dinheiro unindo o que mais ama: viagens e fotografia. Aos 21 anos, ela criou um blog para compartilhar suas experiências e, durante a viagem ao continente, continuou registrando o que vivia para que amigos e família pudessem ter notícias dela. O sucesso do blog trouxe novas perspectivas e hoje ela se sustenta com os posts.

Mollie Bylett não se imaginava presa em uma sala de aula e decidiu viajar para a Ásia (Foto: molliebylett.com)

“Eu não tinha idéia de que era possível ganhar dinheiro com isso. Sempre amei manter as memórias”, disse Mollie em entrevista ao jornal Metro. Ela contou que durante um ano e meio manteve o blog como um hobby, investindo muito tempo e trabalho sem ter nenhum retorno, mas fazia porque gostava. O número de visitantes e seguidores aumentou consideravelmente e, a partir disso, ela passou a receber convites para eventos e muitas marcas e empresas passaram a contatá-la.

Depois de assinar um contrato com a GoPro, para marcar o lançamento de um dos produtos da marca, Mollie recebeu a “difícil” tarefa de registrar e compartilhar todos os momentos de suas viagens e, é claro, receber para isso. Até o momento ela já visitou a Nova Zelândia, Austrália, Grécia, Chipre e Croácia. Ela continua compartilhando suas aventuras e dicas de estilo de vida no blog.

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