Harvard suspende uso do termo “mestre” por relação à escravidão

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A Universidade Harvard, uma das mais prestigiadas do mundo, decidiu abolir o termo “mestre” como título de uma tradição acadêmica, por suposta referência à escravidão. Assim, os líderes dos dormitórios que costumavam ser conhecidos como “mestres da casa” começarão a ser tratados como “decanos da faculdade”. A mudança foi anunciada em um comunicado pelo reitor da faculdade de Artes e Ciências da instituição, Michael D. Smith. Durante o pronunciamento, ele explicou que a nova regra se aplica aos 24 líderes de dormitórios, mas que não tem relação com outros usos da palavra, como o grau de mestrado.

A medida foi tomada após a pressão de estudantes da universidade e outras instituições norte-americanas, como Yale e Princeton. Contudo, Smith deixou claro que não via qualquer relação direta entre o uso do antigo termo e o regime.

Em outro movimento, militantes pedem que a faculdade de Direito deixe de usar seu brasão oficial, que homenageia a família Isaac Royall. Apesar de ter apoiado a fundação da escola, a família também é conhecida pela forma brutal como tratava os escravos.

Confira um trecho da carta divulgada pelos ativistas da faculdade de Direito:

Símbolos físicos são expressão de quem somos e o que valorizamos como comunidade. Dos retratos dos professores no segundo andar de Wasserstein, às pinturas na biblioteca e composição atual da faculdade, a escola de Direito é preenchida com lembranças visuais de que foi criada por, e para, homens brancos. O mais ubíquo desses símbolos, o selo — que adorna todos os nossos prédios, roupas, papéis e diplomas — honra um escravista e assassino.

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Empresas do Mississippi agora podem negar atendimento a gays

O governador do estado norte-americano do Mississippi, Phil Bryant, sancionou uma lei que permite a proprietários de estabelecimentos comerciais e até a servidores públicos recusar atendimento a pessoas homo e transexuais com base em crenças religiosas. Embora a nova lei vá contra a constituição dos Estados Unidos e seja duramente criticada por grupos LGBT e de direitos humanos, o político republicano disse que a lei “protege as crenças religiosas e as convicções morais de indivíduos”.

O governador ainda declarou que a legislação foi aprovada para proteger aqueles que crêem que o casamento deve ser constituído apenas por um homem e uma mulher, que as relação sexuais só devem ocorrer dentro do metrimônio e que masculino e feminino são gêneros imutáveis.

A chamada Lei de Proteção da Liberdade de Consciência da Discriminação Governamental em termos práticos permite que membros de igrejas, instituições religiosas e empresas privadas neguem atendimento a pessoas cujo estilo de vida eles julguem que vão contra suas crenças.

Em outras palavras, uma pessoa lésbica, gay, bi ou transexual corre o risco de não conseguir ser atendida em um restaurante ou uma banca de revistas simplesmente por ser quem ela é, com base nas convicções homofóbicas dos outros. Funcionários públicos também ficam autorizados a não realizarem casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo, por exemplo.

Imagens: iStock

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EUA barra terapia para conversão da sexualidade

A população LGBT norte-americana pode respirar (um pouco) mais aliviada. Um relatório emitido pelo próprio governo dos Estados Unidos conclui que a “terapia de conversão”, em que pais submetem seus filhos a métodos para tentar “transformá-los em heterossexuais”, é uma prática perigosa e deve acabar. A Casa Branca já havia apoiado uma petição em abril para banir esse tipo de conduta no país inteiro, e o novo documento dá ainda mais apoio científico para a proibição.

A conselheira sênior do presidente Barack Obama, Valerie Jarrett, declarou que os responsáveis não devem forçar crianças e adolescentes menores de idade a um tratamento que já se provou ineficiente, antiético e desnecessário. “Acreditamos que a terapia de conversão para os jovens não atende seus interesses e as evidências científicas apoiam isso”, declarou em uma coletiva de imprensa.

Grupo celebra o Orgulho LGBT em Nova York. Governo norte-americano se opõe a práticas de reorientação da sexualidade.

Segundo Valerie, o governo tem apoiado esta posição, tornando a prática ilegal para os jovens. “No caso de adultos, eles podem tomar suas próprias decisões quando se trata de sua saúde”, acrescentou. Nos EUA, cada estado tem autonomia para decidir sobre a questão individualmente: até agora, quatro estados além do Distrito de Washington já proibiram a terapia para menores ou adultos vulneráveis e o Congresso e outros 21 estão debatendo a ideia.

No Brasil, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) impede as tentativas de “conversão” desde a resolução n° 001/99 de março de 1999. O documento resolve que os psicólogos “não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados”.

No Brasil, a terapia de conversão está frequentemente ligada a igrejas evangélicas.

No entanto, o tema de vez em quando volta à tona na Câmara dos Deputados. Em 2013, um projeto de autoria do membro da bancada evangélica João Campos (PSDB-GO) pretendia suspender a resolução de 1999 e liberar o uso de terapia para alterar a orientação sexual e o tratamento da homossexualidade como doença. A proposta, no entanto, foi arquivada após a repercussão negativa e os protestos de grupos da causa LGBT.

Imagens: iStock

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Dinamarca aprova lei para confiscar bens dos refugiados

O parlamento dinamarquês aprovou um controverso projeto de lei na última terça-feira (26), que dá poder à polícia local para confiscar dinheiro e itens de valor de refugiados que buscam asilo no país. Depois de 81 votos a favor e 27 contra, a nova medida foi tomada com a justificativa de custear a estadia dos imigrantes, enquanto seus pedidos de asilo são julgados. Agora, os refugiados que chegam à Dinamarca têm o direito de guardar um montante de até 10 mil coroas, o equivalente a R$ 5.930.

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O parlamento dinamarquês aprovou um controverso projeto de lei que dá poder à polícia local para confiscar dinheiro e itens de valor de refugiados que buscam asilo no país. (Foto: Getty Images)

A lei também está mais rigorosa com relação ao reagrupamento familiar para aqueles que entram no país, e exige que os asilados esperem três anos antes que possam trazer membros da família para se juntar a eles.

O ministro da Integração da Dinamarca, Inger Stoejberg, defendeu a proposta dizendo o dinheiro arrecadado pode ajudar a pagar pela hospedagem, aulas de línguas, serviços de saúde e cursos de capacitação profissional para aqueles que têm a esperança de começar uma nova vida no país. Em um comunicado, Stoejberg ainda ressaltou que objetos de “valor sentimental”, como alianças de casamento ou relógios, por exemplo, não serão tomados.

Juel Frandesen, porta-voz do Conselho de Refugiados dinamarquês (DFH), também a favor da medida, destacou que a nova lei pode ser considerada uma “norma simbólica”. “São poucos os que transportam bens de valor”, afirmou.

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A nova medida foi tomada com a justificativa de custear a estadia dos imigrantes, enquanto seus pedidos de asilo são julgados. (Foto: Reprodução/Twitter)

No ano passado, a Dinamarca recebeu cerca de 20 mil requerentes de asilo. Para um país de apenas 5,6 milhões de habitantes – cerca de metade da população da cidade de São Paulo – o número de refugiados que chegam ao país representa uma das mais altas taxas per capta na União Europeia.

Por mais que o país já tenha concedido asilo para muitos imigrantes, a nova lei horrorizou diversas organizações dos direitos humanos pelo mundo. A Anistia Internacional considerou a medida mesquinha e twittou que a votação representa “um dia triste para a Dinamarca”.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticou a decisão do país escandinavo por meio do seu porta-voz, Stéphane Dujarric, dizendo que as pessoas que fazem o esforço para chegar à Europa “devem ser tratadas com compaixão e respeito, e com plenos direitos”.

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Ellen Page pede mais representatividade LGBT na mídia

Desde que decidiu falar abertamente sobre sua sexualidade em público, a atriz Ellen Page não descansou da tarefa de fazer com que a comunidade LGBT tenha mais voz e seja mais respeitada. Prova disso é a série documental “Gaycation”, apresentada por ela junto do amigo Ian Daniel, em que a artista mostra a realidade de gay, lésbicas e transexuais ao redor do mundo. Capa da edição de abril da revista Malibu, a jovem clama por mais representatividade LGBT em comerciais, programas de TV e no cinema:

Queremos mais histórias LGBT representadas e estamos vendo essa mudança. Mas é claro que precisamos de mais. Um grande ponto de fazer Gaycation’ é também ser capaz de ter a comunidade representada e ver essas histórias compartilhadas.

Até agora, Ellen e Ian gravaram quatro episódios dos documentários em países bem diferentes entre si: Brasil, Jamaica e Estados Unidos. Nas palavras da atriz, foram diversos casos interessantes: “O programa é sobre as alegrias e os triunfos. Infelizmente, é também sobre a discriminação e as lutas que muitas das pessoas enfrentam. Por isso é difícil a palavra: interessante”.

Em entrevista à publicação, Ellen também relata um dos momentos que mais lhe chamaram a atenção nessa primeira temporada de “Gaycation”: “Tivemos a sorte de filmar e ser uma parte de um público que celebra o ‘orgulho’ na Jamaica. Eu simplesmente não consigo dizer quão honrada e emotiva fiquei testemunhando isso, além de ficar grata às pessoas que nos permitiram estar lá”, lembra.

Imagens: Jake Chessum/Malibu

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Como seria sua vida se você tivesse nascido em outro país?

Não é difícil encontrarmos brasileiros irados com nosso país, convictos de que moramos no pior lugar do planeta. Os indicadores sociais e a simples observação da realidade indicam que não é bem assim, embora, é claro, existam outras nações cujos habitantes têm uma qualidade de vida bem maior em comparação com a nossa. O site If It Were My Home (Se Fosse a Minha Casa, em tradução livre) faz essa comparação de uma maneira bem simples e direta.

A vida em Oslo, capital da Noruega, é bem mais tranquila do que em países como o Brasil (iStock).

Basta acessar o site, informar em qual país você vive e escolher outro para o comparativo. A ferramenta se baseia em diversos índices relativos às nações, como a expectativa de vida da população, a renda per capita e a taxa de desemprego.

Ao colocarmos lado a lado o Brasil com Níger, o último colocado na lista de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo, vemos que um brasileiro típico vive 18,5 anos a mais e ganha quase 94% a mais. Por outro lado, nós temos uma chance 86% maior de sermos presos e 82% maior de sermos assassinados.

Os noruegueses, por sua vez, líderes do ranking por IDH, têm 87% menos chances de morrer na infância e ganhar 4,6 mais dinheiro do que os brasileiros, mas gastam 8,6 vezes mais em cuidados com a saúde e usam mais de 10 vezes mais energia do que nós. Após o comparativo, a página ainda traz um resumo sobre a história do país pesquisado.

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Conselho Federal de Medicina apoia legalização do aborto

O Conselho Federal de Medicina (CFM) enviou ao Senado seu parecer no qual defende a liberação do aborto até a 12ª semana de gravidez (três meses). Apesar do pedido da entidade, alguns médicos se mostram contra a proposta. Atualmente, pelo Código Penal, a prática só é permitida em casos de risco à saúde da gestante ou de estupro. O pedido do CFM, caso aceito, resultaria na reforma do Código Penal Brasileiro.

O Conselho Federal de Medicina enviou parecer ao Senado defendendo a liberação da prática do aborto até a 12ª semana de gravidez, em novos casos específicos. (Foto: iStock)

O posicionamento da entidade será avaliado por uma comissão especial do Senado, responsável por analisar as mudanças do conjunto nacional de leis. A nova proposta permite o aborto em três novos casos: gravidez por emprego não consentido de técnica de reprodução assistida; anencefalia ou feto com graves e incuráveis anomalias, atestado por dois médicos; por vontade da gestante até a 12ª semana da gestação, quando o médico constatar que a mulher não apresenta condições psicológicas para a maternidade.

Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que a gravidez interrompida em casos de anencefalia do feto não é crime. Contudo, como este caso específico ainda não é permitido por lei, o direito da gestante não é automático e é preciso recorrer à Justiça.

Segundo o Conselho Federal, a posição não reflete a simpatia da entidade pela prática do aborto, mas sim considera a importância da autonomia da mulher e do médico nos casos propostos. De acordo com informações do presidente do conselho, Roberto Luiz d’Ávila, dadas à imprensa, a liberação da prática nas devidas circunstâncias pode evitar a grande parte dos procedimentos feitos na clandestinidade atualmente, “em locais sem higiene e com pessoas sem preparo”.

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Brasileira transexual é destaque em campanha da L’Oreal

 

A semana tem sido de conquistas para a população LGBT. Após a cineasta Lilly Wachowski se assumir transexual – a exemplo de sua irmã Lana, com quem criou os filmes de “Matrix” e a série “Sense8” – foi a vez da modelo cearense Valentina Sampaio se destacar no mundo da moda. A jovem de 19 anos foi a escolhida para estrelar o vídeo da marca francesa L’Oreal Paris que homenageia o dia internacional da mulher, celebrado nesta semana.

A campanha conta rapidamente a história de Valentina, que celebrou pela primeira vez em 2016 o dia da mulher. “Eu amo ser mulher. É muito bom a gente se aceitar, se amar, reconhecer o nosso valor”, diz. No vídeo, a modelo deixa claro que acha importante, sim, a celebração da data, mas não para ganhar flores, e sim respeito. O clipe termina com o lema da campanha: “Toda mulher vale muito”. O vídeo já possui quase 4 milhões de visualizações.

Toda Mulher Vale MuitoAcreditamos que toda mulher vale muito. Conheça Valentina e veja porque esse Dia da Mulher está sendo ainda mais especial pra ela. #TodaMulherValeMuito #ValeMuito #lorealparis

Publicado por L’Oréal Paris em Terça, 8 de março de 2016

Imagens: Reprodução/YouTube

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Califórnia tem nova lei para combater magreza extrema na moda

Seguindo o exemplo da França, a Califórnia acaba de aprovar uma nova lei que proíbe modelos supermagras. A ideia é combater o número de distúrbios alimentares recorrentes na indústria da moda. Agora, agências de modelos devem funcionar sob uma licença da Comissão do Trabalho da Califórnia, que vai determinar, por meio de um exame médico, se as profissionais estão saudáveis e aptas para trabalhar. Caso as medidas sejam descumpridas a empresa estará sujeita a ser multada.

Modelos terão que passar por exames médicos para garantir que estão saudáveis para exercer a profissão na Califórnia. (Foto: Reprodução/Pinterest)

A nova legislação também prevê que o Departamento de Saúde Pública da Califórnia formule novas regras sobre questões relacionadas ao bem-estar das profissionais desta área.

A ex-modelo norte-americana, Nikki DiBose, se mostrou a favor da medida. (Foto: Divulgação)

A norte-americana Nikki DuBose se manifestou sobre a importância da nova lei: “como uma ex-modelo e uma sobrevivente do transtorno alimentar, eu sei que esta legislação é extremamente necessária”, disse em um comunicado.

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Como Amsterdã devolveu as ruas às pessoas

Em todos os cantos do mundo, quando o poder público resolve tirar um pouco do privilégio dos carros para abrir espaço ao transporte público e às bicicletas – ou seja, às pessoas – muitos argumentam que “aqui não é Amsterdã”. Porém, hoje conhecida mundialmente pelo baixo uso de veículos motorizados pessoais, a maior cidade da Holanda nem sempre foi assim. Uma série de imagens mostra como Amsterdã deixou de ser uma cidade voltada aos carros para dar qualidade de vida a seus moradores.

O projeto faz parte da tese de mestrado da estudante Cornelia Dinca, que criou um blog para publicar as fotos comparativas. Com a ajuda do fotógrafo Thomas Schlijper, ela voltou a lugares retratados em imagens antigas para ver como estão agora. Cornelia nota que não se trata apenas de pintar ciclofaixas no asfalto: a mudança também incluiu a construção de parquinhos e fontes, plantação de árvores e expansão de calçadas.

Quanto tempo será que os governantes brasileiros ainda vão levar para tomar as atitudes que já são regra em locais como Amsterdã desde a década de 1980?

Imagens: Antigas – Reprodução/Amsterdam Archives. Novas – Divulgação/Thomas Schlijper

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