Fumaça tóxica ameaça o Sudeste Asiático

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A poluição do ar causada por incêndios florestais propositais alcançou níveis preocupantes em países do Sudeste Asiático. Tudo começou nos últimos dias de junho, na Indonésia, de onde o problema foi se expandindo até virar uma ameaça internacional em setembro. Neste final de outubro, a fumaça tóxica já chegou a onze países – seis províncias indonésias declararam estado de emergência e as aulas estão canceladas na Malásia e em Singapura, além de no país onde os incêndios começaram.

A fumaça atrapalha o trânsito na região da Sumatra do Sul, Indonésia.

O fenômeno relativamente sazonal na região foi intensificado devido ao longo período de estiagem. O tempo seco aumenta os riscos de doença respiratória nos habitantes: de acordo com o jornal britânico The Guardian, dez pessoas morreram em decorrência de complicações diretamente relacionadas à poluição. Mais de 500 mil casos de infecções respiratórias foram registrados nas províncias de Sumatra e Kalimantan, na Indonésia, desde 1° de julho. A maratona de Kuala Lumpur, capital malaia, e a etapa da Copa do Mundo de natação de Singapura, ambas programadas para outubro, foram canceladas devido ao fenômeno.

Crianças se protegem com máscaras cirúrgicas na província de Achém, Indonésia.

De acordo com as contas do governo indonésio, a bruma tóxica terá causado perdas econômicas na ordem de 47 bilhões de dólares (183 bilhões de reais) até que seja totalmente controlada. Apesar dos esforços das autoridades em evacuar as áreas mais afetadas e proteger as crianças e os idosos, a fumaça  não dá sinais de arrefecimento. Segundo dados do serviço de monitoramento Global Forest Watch, o número de focos de incêndio continua aumentando a cada dia.

Umas das construções mais altas do mundo, as Torres Petronas quase somem devido à fumaça em Kuala Lumpur, Malásia.

As queimadas descontroladas no Sudeste Asiático não prejudicam apenas a população local, como também a atmosfera do planeta inteiro. Segundo cálculo do pesquisador Guido Van der Vrije, da Universidade de Amsterdã, na Holanda, os incêndios já emitiram cerca de 1,6 bilhões de toneladas de dióxido de carbono neste ano, quantidade superior à emitida pela Alemanha ou pelo Japão em todo o ano de 2013. Em diversos dias, os gases do efeito estufa emitidos na região ultrapassaram os poluentes liberados pelos Estados Unidos inteiros em um dia normal.

Imagens: Getty Images

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Ferramenta mede riscos das ações climáticas no Brasil

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Um novo sistema de controle do Índice Municipal de Vulnerabilidade Humana à Mudança Climática está em fase de teste no Brasil, e conta com a supervisão do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Com um investimento de R$ 2,8 milhões, financiados pelo Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, a ferramenta, ainda em fase de construção vai ajudar as autoridades a obter indicadores dos riscos para a população brasileira, gerados pelo aquecimento global.

Inicialmente, o sistema será usado em apenas seis estados: Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Maranhão. Segundo Pedro Christ, diretor-substituto de Licenciamento e avaliação Ambiental do MMA, a ideia é que todos os estados tenham acesso à ferramenta no futuro.

O sistema funciona a parir da inserção de dados demográficos e a geração de mapas que permitem o cálculo de índices como os riscos de determinadas populações com relação à ação do clima na região onde estão alocadas, como enchentes, por exemplo. Para Christ, esta é uma forma eficiente de resposta para lidar com possíveis impactos.

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Fenômeno El Niño deste ano já quebrou recordes

As altas temperaturas das águas do Oceano Pacífico, uma das consequências do fenômeno conhecido como El Niño, alcançaram patamares jamais vistos neste mês de novembro. Segundo dados de estações meteorológicas, a região do Pacífico Equatorial – principalmente na área mais próxima à Costa Oeste das Américas do Sul e Central – apresentou uma média de 3 graus acima do normal pela primeira vez desde que a medicação começou a ser feita, em 1990.

A informação pode fazer com que os cientistas mudem de opinião em relação à intensidade do fenômeno deste ano. Se antes os meteorologistas classificavam o El Niño de 2015/16 entre os três mais extremos já registrados, agora há grandes chances de que os impactos no ambiente sejam ainda mais acentuados.

Imagem mostra o calor excessivo registrado no início de novembro no Oceano Pacífico (Reprodução/ WeatherBELL Analytic).

O meteorologista Tom Di Liberato, do Centro de Previsão Climática no estado de Maryland, Estados Unidos, por outro lado, ressalta que apenas uma semana é um período muito curto como indicativo da força do fenômeno. “É certamente impressionante que os dados semanais chegaram a 3 graus Celsius acima, mas estamos tentando dizer que nós não sabemos se este é apenas um pico ou um padrão de longo prazo”, explica, em entrevista ao site Mashable.

Mesmo assim, cientistas do mundo todo já se preparam para observar outros recordes como esse sendo quebrados nos próximos meses.

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Famosas ilhas artificiais de Dubai estão afundando

O crescimento assustador que a cidade de Dubai, nos Emiratos Árabes Unidos, teve nas últimas décadas refletiu em construções cada vez mais exóticas e ousadas. Um desses megaprojetos é o The World (O Mundo), um arquipélago feito pelo homem que retrata o mapa múndi. As cerca de 300 ilhas artificiais foram um sucesso de vendas no início dos anos 2000 – as construções começaram em 2003 – mas a crise de 2008 repercutiu tanto na obra quanto na comercialização dos espaços. Agora, o arquipélago enfrenta outro tipo de problema.

Imagem de satélite mostra o arquipélago próximo à costa de Dubai (Reprodução).

Imagem de satélite mostra o arquipélago próximo à costa de Dubai (Reprodução).

De acordo com a Penguin Marine Boat Services, a companhia responsável pela logística marinha das ilhas O Mundo, o arquipélago está afundando e não demorará muito para que a obra faraônica esteja toda embaixo do mar. O advogado Richard Wilmot-Smith, representante da empresa, fez um pronunciamento oficial declarando que “as ilhas estão gradualmente imergindo nas águas” e que há sinais de “erosão e deterioração” no solo.

O emirado cresce para cima com os arranha-céus e para os lados sobre o oceano (iStock).

O emirado cresce para cima com os arranha-céus e para os lados sobre o oceano (iStock).

Localizado em alto-mar, a poucos quilômetros da costa do emirado, o arquipélago foi construído com a areia encontrada no fundo do mar, exatamente do local onde as ilhas foram edificadas. Apesar de mais de 70% das terras terem sido vendidas – a preços exorbitantes – nenhum dos “países” é habitado, com exceção da Groelândia, que é de propriedade da família real de Dubai.

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Estrelas-do-mar e lagostas estão em risco de extinção

De acordo com um novo estudo publicado recentemente, conduzido pelo biólogo Morgan E. Eisenlord, da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, a população de estrelas-do-mar e lagostas está desaparecendo dos oceanos do mundo. O motivo? O aquecimento global. De acordo com os cientistas, o aumento da temperatura das águas do mar é prejudicial à saúde destas espécies. Em estrelas-do-mar, por exemplo, o aquecimento do ambiente provoca uma doença que as faz se deteriorar.

Efeitos das mudanças climáticas já começaram a prejudicar algumas espécies. (Foto: iStock)

A elevação das temperaturas dos eocenos em escala global já vem sido observada há algum tempo, mas só agora as consequências deste fenômeno estão começando a aparecer. Em outra pesquisa, descobriu-se que as lagostas também estão sendo atingidas por doenças semelhantes às que acometem as estrelas-do-mar, que provocam a deterioração de suas conchas e, consequentemente, sua morte.

A doença é causada por uma bactéria que se reproduz em taxas elevadas nas águas mais quentes. A síndrome foi observada pela primeira vez na década de 1990, ao longo da costa da Nova Inglaterra, nos EUA, mas até então havia somente alguns casos isolados. Mas nos últimos anos ela vem se espalhado de forma preocupante.

Para tentar reverter a situação, a comunidade científica acredita que reduzir a poluição nas áreas destes biomas possa ser o primeiro passo. É uma medida relativamente simples, mas que pode fazer uma grande diferença.

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Espuma de poluição invade cidade indiana

Terceira cidade mais populosa da Índia, Bangalore possui mais de 8 milhões de habitantes em sua região metropolitana e não está a salvo dos problemas ambientais comuns às grandes metrópoles. Neste início de outubro, as ruas da cidade foram invadidas por uma espuma tóxica causada ao longo dos anos em que produtos químicos e esgoto foram lançados nos rios. Quando chove ou venta muito, o resultado da poluição é espalhado para além das águas.

O flagra recente foi feito pelo morador Debasish Ghosh, que compartilhou as imagens com a rede de notícias britânica BBC. Segundo ele, a espuma cria uma camada de sujeira nas ruas e nas construções, o que atrapalha o trânsito e os pedestres. Além disso, a poluição irrita a pele da população e aumenta o risco de incêndios. Os locais classificam o cheiro como “insuportável”, de acordo com a BBC. A mistura de óleo, detergente e gordura foi responsável por duas ocorrências de fogo.

A principal origem da espuma está no Lago Bellandur, localizado no subúrbio de Bangalore, ao redor do qual estão instaladas diversas indústrias. A cidade é considerada o maior polo industrial da Índia, o que favorece o desenvolvimento de questões relacionadas ao meio ambiente. Os habitantes afirmam que o problema não é nenhuma novidade e que se mobilizam desde o início dos anos 2000 para que algo seja feito. No entanto, as autoridades ainda não tomaram nenhuma ação.

Imagens: Reprodução/Debabsish Ghosh BBC

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Documentos revelam luta de Bin Laden contra mudança climática

Documentos recém divulgados pelo governo dos Estados Unidos revelam que o ex-líder terrorista Osama Bin Laden também se preocupava com questões ambientais. Em uma carta encontrada entre o material apreendido em maio de 2011, quando militares estadunidenses invadiram o esconderijo do fundador da al-Qaeda e o mataram, há registros de um pedido de ajuda ao povo norte-americano, para que incentivassem o presidente Barack Obama a lutar contra a mudança climática e “salvar a humanidade”.

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Cartas divulgadas pelo governo dos EUA mostram a preocupação do ex-terrorista pelo meio ambiente. (Foto: Reprodução)

Segundo agentes da inteligência dos EUA, mesmo sem assinatura ou data, o texto foi escrito por Bin Laden logo após a posse do primeiro mandato de Obama, em 2009. Para o saudita, a crise financeira de 2007 e 2008 foi uma consequência do controle do capital promovido pelo país norte-americano, em conjunto com a ação de lobistas corporativos e a guerra no Iraque. Na carta, Bin Laden desejou que Obama pudesse ser libertado destas influências.

Em outro documento, o ex-terrorista também pediu ajuda em uma campanha de mídia para o décimo aniversário do episódio de 11 de setembro, que incluía um apelo para a redução das emissões de gases do efeito estufa. Para Bin Laden, o mundo estaria melhor se, em vez de lutar contra o Islã, se engajasse na luta contra a mudança climática.

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Degelo recorde no Alasca causa fuga de morsas

As temperaturas elevadas demais para a época causaram um degelo recorde no Alasca, Estados Unidos. Um dos diversos efeitos negativos foi a debandada de morsas que o derretimento acentuado causou. Com o tamanho cada vez mais reduzido das calotas polares, os animais perdem o ambiente onde vivem e de onde tiram comida para se alimentar. O fenômeno foi documentado pelo fotógrafo Gary Braasch, da organização World View of Global Warming.

A fuga das morsas para as praias mais do sul do Alasca é causada pelo derretimento das calotas polares.

Milhares de morsas se amontoavam próximas ao Point Lay, na costa do Alasca, além dos limites do Círculo Polar Ártico quando as fotografias foram tiradas. De acordo com biólogos especializados na vida selvagem, é comum os animais saírem da água, porém em 2015 o fenômeno aconteceu mais cedo do que o esperado e as morsas tiveram que ir até a terra firme em vez de se acomodarem nas geleiras.

O fenômeno foi registrado pelo fotógrafo Gary Braasch, da World View of Global Warming.

Segundo cientistas do governo norte-americano, as fêmeas e os filhotes costumam se abrigar no gelo que cobre o Mar Chucki, a 160 km da costa. Porém, essa crosta de gelo sumiu em sete dos últimos nove verões, inclusive no atual, forçando os animais a migrarem mais para o sul ou para a costa da Rússia. Em alguns anos, mais de 30 mil morsas se aglomeraram nas areias das praias do Alasca, o que ocasiona a morte de diversos indivíduos por sufocamento, esmagamento ou pela disseminação mais fácil de doenças.

O verão de 2015 tem sido um dos mais quentes dos últimos anos na região.

Imagens: Reprodução/ Gary Braasch

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Crise hídrica mundial é ainda mais grave do que se pensava

Um novo estudo realizado na Universidade de Twente, na Holanda, mostrou que cerca de 4 bilhões de pessoas no mundo sofrem por conta da escassez de água. O que significa que o problema mundial de abastecimento é muito mais grave do que se imaginava. A análise foi baseada em dados recolhidos entre 1996 e 2005, e revela que cerca de dois terços da população do planta enfrenta graves crises hídricas durante pelo menos um mês a cada ano.

De acordo com pesquisa, cerca de dois terços da população do planeta enfrenta problemas com escassez de água. (Foto: iStock)

Segundo o professor Arjen Hoekstra, que liderou o estudo, a falta de abastecimento pode ser considerado o principal problema diante de todas as preocupações ambientais que a população mundial enfrenta atualmente.

De acordo com a pesquisa, China e Índia são os países mais afetados por pelas crises hídricas mais graves do mundo. Outras áreas fortemente impactadas pelo problema incluem Bangladesh, México, Nigéria e Paquistão.

Para os ambientalistas, esta análise representa um bom argumento para convencer as grandes corporações sobre a importância da redução do consumo de água e o uso consciente deste recurso.

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Cerca de 90% das aves marinhas possuem plástico no organismo

 

Um estudo publicado na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciência da Inglaterra, revelou a estimativa de que 9 em cada 10 aves marinhas estão contaminadas com resíduos plásticos dentro de seu organismo. A pesquisa foi realizada por cientistas do Imperial College London e da Organização para a Pesquisa Industrial da Comunidade da Austrália (CSIRO). A equipe investigou 186 espécies diferentes para poder realizar as análises.

Pesquisadores descobriram que 9 em cada 10 aves marinhas possuem algum tipo de resíduo no seu aparelho digestivo. Em comparação com pesquisas dos anos 60, apenas 5% dos animais analisados estavam contaminados. (Foto: iStock)

As águas do planeta estão poluídas com milhares de detritos plásticos e os pássaros acabam confundindo o material com comida. Por conta disso, pesquisadores descobriram que cerca de 90% das aves marinhas possuem algum tipo de resíduo no seu aparelho digestivo. O número é alarmante, se comparado com pesquisas dos anos de 1960, quando apenas 5% dos animais analisados estavam contaminados.

Uma das pesquisadoras do CSIRO, Denise Hardesty, revelou, em entrevista a agência de notícias Associated Press, que já chegou a encontrar de tudo dentro do corpo dos animais, desde tampinhas de garrafa até isqueiros. “Cheguei a examinar um pássaro que continha quase 200 pedaços de diferentes tipos de plástico em seu organismo”, contou.

Segundo a pesquisadora Denise Hardesty, ela já chegou a encontrar de tudo dentro do corpo dos pássaros, desde tampinhas de garrafa até isqueiros. (Foto: Divulgação/Chris Jordan)

As previsões com relação ao problema não são nada positivas. Segundo o estudo, desde que produção comercial do material começou a se popularizar, na década de 50, ela vem crescendo em ritmo acelerado e, com isso, também há o aumento do nível de poluição.

Segundo Denise, lidar com o problema do plástico não é uma tarefa complicada e impossível de ser solucionada. “Medidas simples podem fazer a diferença”, conta. “Os esforços mantidos pela Europa, para reduzir o descarte indevido de materiais plásticos no meio ambiente, resultou em mudanças significativas em menos de uma década. O que sugere que as melhorarias na gestão básica dos detritos pode reduzir a poluição em um período de tempo muito curto”. No entanto, ainda falta vontade dos governos em prestar mais atenção ao problema.

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